Introdução e Objetivos: Indivíduos transexuais são colocados em uma posição subalterna, que acarreta desigualdade e, consequentemente, perpetua a violência por parte daqueles que socialmente ocupam uma posição de dominação. Apesar do que é assegurado pela Constituição, o Brasil é o país que mais mata transsexuais na América, logo percebe-se um descompasso entre o que é garantido pela legislação e o que, de fato, acontece. As mulheres transexuais são ainda mais vulneráveis a violência por serem consideradas marginalizadas. O objetivo deste trabalho foi analisar os tipos de violência vivenciados por mulheres transexuais no Brasil e suas causas. Métodos: A partir da base de dados “SciELO”, foram selecionados artigos, entre 2014 e 2019, que correspondessem aos objetivos do trabalho. Os descritores utilizados foram “Transgenero” e “Violence”. Resultados: Utilizando-se os passos metodológicos a amostra final desta revisão foi composta por três artigos. Dentre os artigos selecionados, percebe-se que as violências que têm maiores índices no Brasil são: violência física (14,2%), sexual (54,7%), verbal (19,7%) e psicológica (19,1%). A violência física é motivada por preconceitos e injustiças, além de se interseccionar com os outros tipos de violência, como a interfamiliar e doméstica. Por meio dos indicadores de saúde, é perceptível que indivíduos transgêneros apresentam pior bem-estar psicológico se comparado a indivíduos cisgêneros, isso se dá em parte da ineficiência de políticas públicas protetivas, repercutindo assim em piores indicadores de saúde e qualidade de vida. Faz-se pertinente ressaltar que a majoritária parte da população transexual se encontra submetida a violência sexual. Conclusão: A constituição cultural da sociedade celebra e normatiza a conformidade sexual e de gênero, o que exclui e marginaliza todos aqueles que se encontram fora desse padrão, como é o caso das mulheres transexuais. É imprescindível ressaltar o papel dos profissionais de saúde no que diz respeito ao entendimento dessa problemática, a fim de disponibilizar uma assistência mais equânime a essas mulheres, identificando a ocorrência dessas violências e notificando-as, a fim de influenciar nos indicadores de saúde e reformulação de políticas públicas para garantir a segurança e o bem-estar dessa população. Afinal, lhes é assegurado constitucionalmente igualdade em dignidade e direitos.
Documento com os trabalhos publicado em: https://doity.com.br/iv-jornada-academica-de-medicina/blog/anais.
Comissão Científica Discente
Liga Acadêmica de Medicina de Família e Comunidade
Juan Felipe Galvão da Silva
Ludmila Raynner Carvalho Alves
Ana Gabriella de Freitas Queiroz
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