Uma nova espécie de Eudusbabekia Jameson, 1971 (Trombidiformes: Myobiidae) causando myobiiase nodular em morcegos do Brasil

  • Autor
  • Carlos Cezar Trigo Nasser Felix
  • Co-autores
  • Isabella Pereira Pesenato , Luis Fernando da Cruz , Erica Munhoz de Mello , Ricardo Bassini-Silva , Fernando de Castro Jacinavicius
  • Resumo
  • Ácaros da família Myobiidae Mégnin conhecidos como ácaros pilícolas, são parasitas obrigatórios de mamíferos. Esses ectoparasitas podem apresentar especificidade variada, sendo monoxenos, quando parasitam exclusivamente uma única espécie hospedeira, ou oligoxênicos, quando infestam diferentes espécies pertencentes a um mesmo gênero. As espécies dessa família apresentam o primeiro par de pernas modificadas em forma de gancho, formando um aparelho de fixação utilizado para se prender aos pelos do hospedeiro. A maioria dos representantes dessa família apresenta um estágio larval, três estágios ninfais (protoninfa, tritoninfa e deutoninfa) e adultos (macho e fêmea). Os ácaros pilícolas alimentam-se da linfa e de tecidos do hospedeiro, e sua presença geralmente é assintomática. No entanto, em animais submetidos a situações de estresse, especialmente aqueles mantidos em cativeiro, podem causar dermatites e outras manifestações cutâneas. Uma dessas manifestações é a myobiíase nodular, uma condição caracterizada pela formação de nódulos hiperplásicos na pele devido à reação do hospedeiro à infestação por ácaros Myobiidae. A família Myobiidae possui distribuição mundial, com 53 gêneros e mais de 600 espécies descritas, divididos em cinco subfamílias, das quais duas ocorrem no Brasil – Archemyobiinae Fain e Myobiinae Ewing. O único gênero representativo da subfamília Archeomyobiinae registrado no Brasil é Archemyobia Jameson parasita exclusivo de marsupiais. Já para a subfamília Myobiinae, existem seis gêneros registrados no Brasil: Radfordia Ewing e Myobia von Heyden, parasitas de diferentes famílias de roedores, e Ioanella Dusbabek & Lukoschus, Eudusbabekia Jameson, Ewingana Radford e Acanthophthirius Perkins, parasitas exclusivos de morcegos. Exemplares do morcego Platyrrhinus lineatus, coletados no estado de Minas Gerais, foram examinados, e observou-se a presença de hiperplasia cutânea na região do propatágio. Nestas formações, foram encontrados aglomerados de deutoninfas de uma nova espécie de Eudusbabekia. Os ácaros foram clarificados em ácido lático e montados em lâminas contendo Meio de Hoyer. Foram desenhados em microscópio com câmara clara e identificados até gênero utilizando chaves dicotômicas especializadas. Os exemplares foram comparados com todas as espécies de Eudusbabekia e baseando-se  na diferente quetotaxia, foi possível confirmar que é uma nova espécie. O material foi depositado na Coleção Acarológica do Instituto Butantan sob o número de acesso IBSP 16665. Este é o primeiro registro de Eudusbabekia em Platyrrhinus lineatus e o primeiro relato de myobiiase nodular em morcegos no Brasil, ampliando o conhecimento sobre a diversidade e o impacto patogênico desses ácaros em Chiroptera Neotropicais.

  • Palavras-chave
  • Ácaros pilícolas, ectoparasitos, Phyllostomidae, myobiiase nodular, Brasil
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • AMBIENTAL
Voltar
  • MOLECULAR
  • SAÚDE
  • EDUCAÇÃO
  • AMBIENTAL
  • EXTENSÃO

Comissão Organizadora

Estudantes de biologia da Universidade Estadual de Campinas. 

 

 

Em caso de dúvida, envie um email para contato@caeb.com.br