DUAS NOVAS ESPÉCIES DE MYXOZOA, OS CNIDÁRIOS PARASITAS
DA ROSA, Francine C.; MÜLLER, Maria Isabel; ADRIANO, Edson A.
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), São Paulo, Brasil; Universidade Estadual do Oregon (OSU), Oregon, USA; Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brasil
Peixes, em sistemas naturais ou de criação, são hospedeiros de uma ampla diversidade de parasitos pertencentes a diversos táxons. Dentre esses, destacam-se os pertencentes ao Filo Cnidaria, subfilo Endocnidozoa, Classe Myxozoa (mixozoários). Os mixozoários, embora relacionados aos cnidários de vida livre, como águas-vivas, caravelas e anêmonas, são organismos que sofreram intensas simplificações e reduções no tamanho corporal como adaptação ao parasitismo, e até o início dos anos 2000 ainda eram classificados dentro do Reino Protista. Apesar de a América do Sul ser um dos continentes com a maior ictiofauna de água doce do mundo, apenas nas duas últimas décadas se intensificou o interesse pelo estudo de Myxozoa parasitos de peixes na região. O presente projeto teve como objetivo dar continuidade a esse estudo, coletando e examinando quatro espécies de peixes Siluriformes (bagres) com grande importância para as pescas comercial, ornamental e esportiva na região da Amazônia, com o fim de identificar sua fauna parasitária de mixozoários: Brachyplatystoma juruense (bagre-zebra), B. platynema (barbado), Pseudoplatystoma tigrinum (surubim-tigre) e Phractocephalus hemioliopterus (pirarara). Foram realizadas análises morfológicas (microscopia de luz), ultra estruturais (microscopia eletrônica de transmissão) e moleculares (sequenciamento da pequena subunidade do DNA Ribossomal – SSU rDNA), visando descrição taxonômica e filogenia. A microscopia óptica revelou mixozoários infectando a vesícula biliar de espécimens de todas as espécies de peixe analisadas. Os plasmódios observados eram vermiformes com motilidade, e continham mixosporos característicos do gênero Ceratomyxa. Foram medidos cerca de 30 mixosporos e 30 plasmódios encontrados em cada espécie de peixe coletada. Em B. juruense, B. platynema e P. tigrinum, as análises morfológicas e moleculares revelaram uma espécie não descrita, identificada provisoriamente como Ceratomyxa sp. 1. De forma semelhante, para P. hemioliopterus, as análises indicaram uma segunda espécie não descrita, designada provisoriamente como Ceratomyxa sp. 2. Este estudo, portanto, registra duas espécies novas de Ceratomyxa, além de destacar a diversidade e a distribuição de diferentes linhagens de mixozoários entre espécies de pimelodídeos amazônicos.
Agradecimentos: FAPESP processo nº 2018/24980-8; FAPESP processo nº 2023/04537-0; CNPq processor nº 307485/2023-4; e CAPES processo Código 001.
Palavras-chave: Myxozoa, parasitas, Pimelodidae
Comissão Organizadora
Estudantes de biologia da Universidade Estadual de Campinas.
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