Redescrições de larvas de terceiro estádio de quatro espécies de Sarcophagidae (Insecta, Diptera, Oestroidea) neotropicais de importância forense

  • Autor
  • Letícia B. Santos
  • Co-autores
  • Aline M. Prado , Carina M. Souza , Patrícia J. Thyssen
  • Resumo
  • Autores: Letícia Bianca dos Santos (1), Aline Marrara do Prado (1), Carina Mara Souza (1,2) e Patrícia Jacqueline Thyssen (1)

     

    Afiliações: 1 - Laboratório de Entomologia Integrativa,DBA-lB, UNICAMP ; 2 - Biological Sciences Department - ICENE, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, Minas Gerais, Brasil

     

    Sarcophagidae (Insecta, Diptera) é uma família de moscas cosmopolita com hábitos alimentares diversificados, variando desde a saprofagia até o parasitismo. Dentre os saprófagos, há espécies que consomem fezes, resíduos sólidos orgânicos e corpos de animais em decomposição. Das três subfamílias de sarcofagídeos, apenas Sarcophaginae ? com aproximadamente 380 espécies válidas e que ocorrem no Brasil ? tem relevância nos campos sanitário (como vetores de patógenos) e forense na região neotropical. Uma vez que suas larvas podem ser frequentemente encontradas criando-se em cadáveres, é relativamente comum o uso de informações sobre a biologia de muitas espécies para estimar o intervalo pós-morte (IPM). No entanto, para acessar os dados bionômicos de cada espécie é necessário primeiramente identificá-las. No que diz respeito aos imaturos, um restrito número de caracteres morfológicos, pequenas variações interespecíficas, escassez ou inexistência de descrições e chaves taxonômicas contribuem para ampliar o impedimento taxonômico, mesmo entre as espécies de importância forense. Desse modo, neste estudo objetivou-se redescrever larvas de terceiro estádio de quatro espécies necrófagas de Sarcophaginae Neotropicais: Peckia (Squamatodes) ingens (Walker, 1849), Peckia (Pattonella) intermutans (Walker, 1861), Peckia (Euboettcheria) australis (Townsend, 1927) e Microcerella halli (Engel, 1931). Para cada espécie, larvas (N= 10) foram obtidas a partir de colônias de moscas adultas previamente estabelecidas em laboratório, sob condições controladas (25±1°C, 70±10% UR, 12h de fotoperíodo). Antes de proceder o exame externo, as larvas vivas foram mortas em água a 80ºC por 30 segundos para estender os segmentos corporais. Outra parte das larvas examinadas (N= 50) foram provenientes da Coleção Entomológica do Laboratório de Entomologia Integrativa (CELEI) onde encontravam-se em etanol 70% e solução de Kahle. Com auxílio de estereomicroscópio Zeiss® e câmera digital acoplada foram examinados caracteres anatômicos externos como: forma, distribuição e pigmentação de espinhos ao longo dos segmentos; tamanho, forma e distância das papilas ventrais e dorsais; forma do peritrema na divisão anal; e forma e número de fendas dos espiráculos respiratórios anterior e posterior. Para analisar o cefaloesqueleto, uma estrutura interna na região cefálica, foi necessário dissecar os espécimes, usando estiletes, tesouras, pinças, e clarificar o tegumento usando solução de KOH 10% por 24h. No cefaloesqueleto foi observada a forma de seus escleritos. Caracteres relacionados aos espiráculos respiratórios anteriores (ERA), divisão anal (DA) e cefaloesqueleto (CEF) se mostraram úteis para diferenciar as quatro espécies analisadas. Em relação aos ERAs, P. (S.) ingens e P. (P.) intermutans possuem de 20 a 23 fendas, enquanto que P. (E.) australis e M. halli, de 12 a 14 fendas. Na DA, todas espécies apresentam papilas dorsais (PD) mamilonadas, exceto em P. (S.) ingens, que são arredondadas; as PDs 1-2 são mais próximas entre si em P. (S.) ingens e P. (P.) intermutans, enquanto que para P. (E.) australis e M. halli as PDs 1-3 são equidistantes; já o tamanho das PDs 1-3 é similar em P. (P.) intermutans e M. halli, mas diferem em P. (S.) ingens (PD 3 é menor que PD 1 e 2) e P. (E.) australis (PD 2 menor que PD 1 e 3). No CEF, apenas P. (P.) intermutans tem corno ventral com janela ampla e apenas em P. (E.) australis a janela é curta; a barra parastomal é curta em P. (S.) ingens e P. (E.) australis e longa em P. (P.) intermutans e M. halli; todas espécies possuem placa vertical retangular, exceto P. (S.) ingens. Espera-se que as informações apresentadas ampliem o conhecimento sobre a taxonomia das formas imaturas de sarcofagíneos, assegurando identificações e estimativas do IPM mais acuradas.

    Agradecimentos: BAEF-PRP-UNICAMP, CNPq

  • Palavras-chave
  • Entomologia forense, Taxonomia, Imaturos
  • Modalidade
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