Análise dos Efeitos da Restrição Proteica In Útero na Gênese do Hipocampo e das CélulasTronco Neurais de Camundongos Machos

  • Autor
  • Lara Silva Moda
  • Co-autores
  • Patrícia Aline Boer , Bruno Calsa
  • Resumo
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    Distúrbios neuropsiquiátricos são uma das principais causas de incapacidade no mundo, impactando diretamente a qualidade de vida e os sistemas de saúde. A teoria da programação fetal, inserida no paradigma das Origens Desenvolvimentistas da Saúde e da Doença (DOHaD), sugere que exposições adversas durante fases críticas do desenvolvimento intrauterino, como a desnutrição materna, podem provocar alterações epigenéticas duradouras que afetam a estrutura e função de órgãos, incluindo o sistema nervoso central. A nutrição materna, especialmente a ingestão adequada de proteínas, é essencial para o desenvolvimento cerebral fetal. A deficiência proteica pode prejudicar a neurogênese e a maturação neuronal, aumentando a predisposição a déficits cognitivos e emocionais. O hipocampo, importante para a consolidação da memória e regulação emocional, é particularmente sensível a essas alterações, pois contém células-tronco neurais ativas na geração de neurônios durante o desenvolvimento. Neste estudo, avaliamos os efeitos da restrição proteica materna no desenvolvimento do hipocampo em fetos de camundongos machos no 18º dia de gestação, analisando parâmetros morfológicos e moleculares relacionados à neurogênese. Utilizamos camundongos C57BL/6J submetidos a dietas normoproteica (17% caseína - NP) ou hipoproteica (6% caseína - LP), ambas isocalóricas e balanceadas em micronutrientes. No 18º dia gestacional, as fêmeas foram sacrificadas, os fetos coletados, e os cérebros processados para análise histológica e imunohistoquímica, utilizando marcadores para células-tronco neurais (Sox2) e neurônios maduros (NeuN). A quantificação foi realizada nas regiões CA1 e giro denteado do hipocampo, utilizando software ImageJ®. A análise estatística considerou p < 0,05 como significativo. A restrição proteica diminuiu o número de neurônios no CA1 (NeuN positivo) nos animais LP (35.114 ±13.825; p=0,0047) comparados ao controle (47.267 ±11.634). No entanto, não foram observadas diferenças significativas no número de células-tronco neurais marcadas por Sox2 nessa região entre os grupos LP (36.439 ± 6.361; p = 0,3287) e controle (40.031 ± 11.551). Na região do giro denteado, os animais do grupo LP também apresentaram menor número de neurônios NeuN positivos (44.388 ± 9.477) em relação aos controles (52.132 ± 11.513; p = 0,0136). Além disso, foi observada uma diminuição significativa nas células Sox2 positivas no grupo LP (36.178 ± 7.592; p = 0,0227) comparado ao grupo controle (44.195 ± 10.142). Os dados obtidos demonstram que a restrição proteica durante a gestação impacta negativamente a neurogênese no hipocampo de fetos de camundongos machos, com redução significativa no número de neurônios maduros nas regiões CA1 e giro denteado, além de menor presença de células-tronco neurais no giro denteado. Esses achados reforçam a importância da adequada ingestão proteica materna para o desenvolvimento cerebral fetal e sugerem que insultos nutricionais intrauterinos podem comprometer a formação de circuitos neurais essenciais, potencialmente aumentando a vulnerabilidade a distúrbios neuropsiquiátricos na vida pós-natal.

     

  • Palavras-chave
  • Células tronco, hipocampo, restrição proteica.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
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