No que tange a Educação Brasileira, esta, se encontra na berlinda; muitos são os que prontamente apresentam propostas e soluções, sem conhecer ou compreender as realidades locais. Entre os avanços e retrocessos há muito o que se fazer diante dos resultados apresentados por estudos e pesquisas públicas e ou privadas a respeito da aprendizagem de estudantes da educação básica em relação aos conteúdos de linguagens e matemática. É inconteste que a realidade educacional está fragilizada, neste cenário, se torna relevante pensar em possibilidades, especificamente no ensino de Ciências e Biologia, para que os estudantes do ensino fundamental e médio possam aprender e apreender os conteúdos do referido componente curricular de forma crítica, apesar dos índices baixos de aprendizado. Diante deste cenário, estudantes de licenciatura em Ciências Biológicas, num exercício de pesquisa qualitativa, iniciaram um processo de indagações e questionamentos sobre a sociedade, as escolas e a educação. Utilizando a Observação Participante, como metodologia interpretativa, foram analisadas as experiências e vivências de estágios dos estudantes de graduação supracitados, artigos de reportagens e publicações científicas sobre o tema, buscando compreensão dos significados e experiências dos contextos sociais da educação básica. A partir desta abordagem metodológica, foi evidenciado que, além do aprofundamento das desigualdades sociais, há insuficiência de esforços políticos, econômicos e culturais para debelar os problemas de alfabetismo elementar e analfabetismo funcional presentemente na realidade social dos brasileiros. Como proposta, foi depreendido que a formação de professores, ao utilizar instrumentos de pesquisa qualitativa, possibilita levantar questões sobre a equidade e, ao conhecer as microrrealidades, promover um maior compromisso com as realidades socioeducacionais. Nesse processo de compreensão, pensando no ensino de Ciências e de Biologia, as contribuições da Teoria Histórico-Cultural no campo da educação básica podem ser essenciais para mudanças significativas. Na profissionalização docente, especificamente do professor de Ciências e Biologia, potencializadas pelo uso de instrumentos mediadores e de interação social e cultural juntamente aos conteúdos de ciências biológicas, devem ser implementadas. A partir desta práxis de formação, com a articulação das pesquisas da área produzidas e a formação - sempre em processo, acreditamos que professores, passem a ter condições de criar e produzir conhecimentos e mecanismos para o exercício renovado de sua prática docente. Nesse sentido, a alfabetização científica, como um saber essencial, deverá ser também apropriada pelos professores e ser utilizada com estudantes da educação básica, como um dos instrumentos para que os partícipes se tornem mais críticos e agentes de transformação. Pois, entende-se que ao adquirir um nível de alfabetização científica, os partícipes possam realizar a leitura do mundo em que vivem e, entendendo suas necessidades, possam transformar seu ambiente que, ao transformarem, melhorem a qualidade de vida, superando os condicionantes econômicos, sociais e culturais. Logicamente, esse estudo empírico sobre uma proposta de formação docente, deverá ser permeada pela Psicologia Histórico-Cultural e, adicionalmente, as prerrogativas da Pedagogia Histórico-Crítica, pois acreditamos que em ambas as teorias, encontra-se respaldo técnico e científico para auxiliar os professores em sua formação contínua para que entendam os comportamentos de absenteísmo, presenteísmo que a educação utilitarista inculcou nas práticas pedagógicas cotidianas da escola. Essa proposta nascente, demarca as ambivalências vivenciadas nos ambientes educacionais, visto as percepções de classificar, incluir ou excluir que se perpetram nas formas de ensino e aprendizagem, demonstradas nos baixos índices de aprendizado. Entretanto, havendo uma crítica sobre o estabelecido, poder-se-á vislumbrar formas autopropulsoras e que, acreditamos, por meio da alfabetização científica, possam modificar os atuais índices de alfabetismo elementar e analfabetismo funcional. Os estudantes de licenciatura ao conhecerem a perspectiva do uso da pesquisa qualitativa como meio para sua práxis no ensino de Ciências e de Biologia, adquirem saberes para suas futuras práticas pedagógicas e, são em semente, os novos protagonistas de uma educação científica na superação dos atuais condicionantes educacionais dos futuros cidadãos brasileiros.
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Estudantes de biologia da Universidade Estadual de Campinas.
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