Estabelecimento de culturas in vitro de Amaranthus blitum (Amaranthaceae)
Aluno(a): Débora Victória Alves Soares
Orientador(a): Prof. Dr. Marcos José Salvador
Co-autor(a): Rafaela Boscolo de Almeida
Palavras-chave: Amaranthus, Cultivo in-vitro, Germinação
Introdução
Amaranthus blitum é uma espécie pertencente ao gênero Amaranthus, existem evidências de seu cultivo desde 6700 a.C. nas Américas1. Espécies de Amaranthus ainda são muito utilizadas pela população como uma Planta Alimentícia Não Convencional (PANC). Estudos comprovam sua elevada capacidade nutritiva e seu potencial bioativo, como ação antioxidante, inibitória da glicação, efeito hipocolesterolêmico e benefícios à saúde cardiovascular2.
O cultivo de plantas em ambientes não controlados está sujeito a diversas adversidades como mudanças climáticas, pragas agrícolas, estresse hídrico, dentre outros fatores durante o desenvolvimento. Segundo Laura Silva (2022)3 as diferentes condições ambientais são capazes de impactar a fisiologia do Amaranthus, alterando trocas gasosas e seu metabolismo secundário. Desta forma, o cultivo in vitro permite o controle dos fatores de interferência, permitindo a realização de estudos padronizados que visem maximizar a produção de moléculas bioativas desta planta.
Objetivos
Apesar dos benefícios que a espécie apresenta e que o uso da cultura de tecido vegetal com finalidade de produção de metabólitos secundários in vitro tem-se mostrado bastante promissor, até o momento os estudos para suas aplicações são escassos, o que evidencia uma lacuna na literatura. Diante disto, o presente estudo tem como objetivo o estabelecimento de culturas in-vitro de Amaranthus blitum para a prospecção de moléculas bioativas em projetos futuros, podendo servir de base para descobertas e inovações.
Métodos
Seguindo protocolos anteriormentes padronizados pelo Laboratório de Metabolismo Vegetal, Bioensaios e Tecnologia Fitofarmacêutica, do Departamento de Biologia Vegetal/IB-UNICAMP coordenado Prof. Dr. Marcos José Salvador, culturas desta espécie vegetal foram realizadas em meio de cultura asséptico, partindo da germinação de suas sementes. Na germinação in vitro as condições de luz, temperatura e umidade foram essencialmente controladas em estufa. As plantas foram cultivadas em meio MS (MURASHIGE & SKOOG, 1962)4, suplementado com carvão ativado e sacarose, os quais foram autoclavados antes de a germinação ser realizada. Todos os procedimentos de manutenção das culturas foram realizados dentro de fluxo laminar para evitar possíveis contaminações.
Resultados e conclusão
Durante a germinação obtivemos uma taxa de sucesso de aproximadamente 76,27% de 30 sementes germinadas por frasco. O Amaranthus blitum se mostrou uma espécie bem adaptada ao cultivo in-vitro e seu crescimento está sendo acompanhado. Algo que poderá se observar é se há a continuidade de seu ciclo de vida natural em ambientes controlados, dado que o gênero Amaranthus possui a característica de ser uma planta anual, completando seu ciclo em um ano1. Por fim, espera-se que este estudo permita o desenvolvimento de novas pesquisas sobre a espécie, impactando em novas possibilidades de manejo e aplicação dessa planta.
Referências
1 - SRIVASTAVA A., SNEHI S. K., RAJ S.K. Amaranth, Molecular detection and characterization of begomoviruses infecting Amaranthus, a protein-rich crop. ScienceDirect Topics, [s.d.]. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/topics/agricultural-and-biological-sciences/amaranth. Acesso em: 27 maio 2025.
2 - LÓPEZ, V. R. L.; RAZZETO, G. S.; ESCUDERO, N. L.; GIMENEZ, M. S. Biochemical and molecular study of the influence of Amaranthus hypochondriacus flour on serum and liver lipids in rats treated with ethanol. Plant Foods for Human Nutrition, v. 68, p. 396-402, 2013. DOI: 10.1007/s11130-013-0388-3. Acesso em: 27 maio 2025.
3 - SILVA, E. C. Interação entre o déficit hídrico e a disponibilidade de nitrogênio nas trocas gasosas e no metabolismo secundário de Amaranthus cruentus L. Tese (Doutorado em Agronomia) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2022. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/server/api/core/bitstreams/41722b65-1f6a-40c5-8b7b-28d2910130f6/content. Acesso em: 28 maio 2025.
4 - MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A revised medium for rapid growth and bio assays with tobacco tissue cultures. Physiologia Plantarum, v. 15, n. 3, p. 473-497, 1962. Disponível em: https://doi.org/10.1111/j.1399-3054.1962.tb08052.x. Acesso em: 31 maio 2025.
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