Autores: J. Lucas Dias-Silva1; Luz M. Gomez-Piñerez2; Carina Mara Souza1,3 Taís Madeira-Ott4; Aline M. Prado1; João V. Almeida-Santos1; Patricia J. Thyssen1
Afiliações: 1Laboratório de Entomologia Integrativa, Departamento de Biologia Animal, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, São Paulo, Brasil; 2Grupo de Investigación Bioforense, Tecnológico de Antioquia (TdeA), Institución Universitaria, Medellín, Antioquia, Colombia; 3Instituto de Ciências Exatas, Naturais e Educação, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), 38064-200, Uberaba, Minas Gerais, Brasil; 4Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense, Pelotas-RS, Brasil.
A entomologia pode contribuir em investigações forenses ao fornecer informações que podem auxiliar a estimar o período de atividade dos insetos (PAI) associados a cadáveres em decomposição. Para tanto, é necessário a identificação das espécies que estão presentes em uma cena criminal. Essa etapa pode ser trabalhosa, principalmente para aqueles taxa que apresentam um número reduzido de características morfológicas diagnósticas ou devido ao estágio de vida em que os insetos são encontrados nos corpos em decomposição, como as fases imaturas. A análise molecular tem sido uma das alternativas para superar o impedimento taxonômico entre espécies de importância forense. Entretanto, a recuperação de material genético em quantidade e qualidade suficientes para determinação taxonômica pode ser dificultada a depender dos meios utilizados para preservar as amostras. Assim, neste estudo avaliou-se a taxa de recuperação de DNA de larvas de terceiro estádio da mosca de importância forense Lucilia cuprina (Wiedemann) (Diptera, Calliphoridae) preservadas por até 10 dias nas soluções mais amplamente utilizadas em investigações forenses. Larvas foram obtidas de criações previamente estabelecidas em laboratório sob condições controladas (27±1°C, 70±10% UR, 12 h de fotofase). O delineamento experimental consistiu na fixação de larvas (N= 160) em soluções como álcool 70%, 96%, isopropílico e solução de Kahle, diretamente no conservante ou previamente morta em água a 80°C por 30 seg. Após 10 dias, o DNA foi extraído e amplificado o fragmento de aproximadamente 600 pb da porção Citocromo Oxidase I (COI) do DNA mitocondrial utilizando primers universais. Após a purificação, foi realizado o sequenciamento pelo método de Sanger. ANOVA foi feita para avaliar possíveis diferenças entre os grupos experimentais em relação às taxas de recuperação de DNA. Análises de Neighbor-Joining (NJ) utilizando o modelo de substituição K2-p e de distância genética foram realizadas utilizando o software MEGA7®. Independentemente dos métodos e tipos de soluções conservantes utilizados foi possível amplificar com sucesso o DNA das larvas, exceto daquelas expostas em solução de Kahle. As maiores taxas de obtenção de amplicons estiveram associadas às larvas conservadas em etanol 70% e 96%. Análises por NJ retornaram a identificação esperada para a espécie com 100% de suporte bootstrap, demonstrando que os métodos de preservação de amostras utilizados neste estudo permitem a identificação sólida de larvas de importância forense por meio de marcadores barcode de DNA.
Agradecimentos: CAPES, CNPq, FAPESP (2022/09029-0; 2023/11610-6), PPG-BA-UNICAMP
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