Anticorpos são proteínas produzidas em células linfocitárias, que apresentam alta seletividade e especificidade para reconhecimento de antígenos. Essa molécula é amplamente usada em medicina diagnóstica, terapia e pesquisa. Na área diagnóstica, são empregados em testes como ELISA e Western blot para detectar antígenos específicos. Na terapia, anticorpos monoclonais tratam doenças como câncer, doenças autoimunes e infecções virais, atuando na eliminação de patógenos ou células do corpo. Na pesquisa, ajudam a estudar proteínas, interações moleculares e mecanismos de doenças. A produção de anticorpos monoclonais envolve a imunização de animais e a produção de hibridomas, mas apresenta desafios como a escolha do antígeno e a produção de proteínas recombinantes. Este projeto apresenta uma nova abordagem usando vírus-like particles (VLPs) para produzir anticorpos contra a proteína Timidina quinase do vírus da Herpes.
Durante os 6 meses iniciais do projeto, foram realizados os ensaios in vivo e imunoenzimáticos de Elisa e Western Blot, utilizando o soro imune produzidos por três grupos de camundongos Balb/c com diferentes combinações dos antígenos para a verificação da resposta imune (titulação, especificidade, sensibilidade).
A imunização de animais é um protocolo em que antígenos são administrados in vivo, seguindo-se a coleta do soro imune que deve conter anticorpos, ou seja, o soro imune que é reativo ao antígeno específico. Dessa forma, iniciamos um treinamento administrando a proteína recombinante CD4-TK, produzida in house. O soro de animais imunizados foi avaliado em ensaio de Western Blot, para verificar reatividade com a proteína CD4-TK (Figura 1). Os nossos resultados evidenciaram a marcação da proteína CD4-TK com o soro imune do grupo 1, imunizado com a proteína recombinante. O ensaio Western blot possibilita uma avaliação qualitativa, demonstrando que houve a imunização e produção de anticorpos reativos ao antígeno imunizante. Para avaliarmos de forma quantitativa, efetuamos ensaios imunoenzimáticos de ELISA Indireto. Neste ensaio, o antígeno é imobilizado em microplacas de alta sensibilidade, e em seguida, os soros imunes dos diferentes grupos são adicionados. A reação é revelada com um anticorpo conjugado à enzima peroxidase (HRP), sendo o resultado expresso em Densidade Ótica (DO) a 450nm. Dessa forma, a leitura da DO pode fornecer informações sobre a concentração de anticorpo nos soros imunes. Avaliamos a resposta dos animais frente à proteína CD4-TK, e o resultado do ELISA do soro imune do Grupo 1 demonstra o reconhecimento proteína recombinante, sendo que é notável o aumento da resposta imune quando comparamos o título do soro imune da sangria branca com o da sangria de prova.
A proposta deste projeto consiste em avaliar outra metodologia de imunização que não utiliza proteína recombinante, mas que utiliza partículas semelhantes à vírus (VLPs) carregadas com antígenos. Sendo assim, iniciamos um segundo ensaio para verificar a imunização com VLPs-VSVG e VLP VSVG-TK. A VLP VSV-G apresenta o envelope VSV-G e não é carregada com nenhum antígeno heterólogo. A VLP VSVGTK apresenta o mesmo capsídeo envelopado, entretanto é carregada com a proteína HSV-TK. O soro de animais imunizados foi coletado e efetuamos titulação por ELISA. Ambos ensaios mostraram sucesso no protocolo de imunização. Atualmente estamos executando novos ensaios para avaliar a seletividade dos anticorpos presentes no soro frente à proteína recombinante CD4-TK.
Comissão Organizadora
Estudantes de biologia da Universidade Estadual de Campinas.
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