A Distrofia Muscular Duchenne (DMD) é uma doença progressiva e fatal que atrofia os músculos, ocasionada por mutações ligadas ao cromossomo X no gene da distrofina, sendo mais rara em mulheres (<1 por milhão) e afetando em grande parte o sexo masculino, sendo 1 em 5.000 a 1 em 6.000 nascidos vivos. A DMD acomete de três casos para cada 100 mil pessoas, no Brasil há cerca de 700 novos casos da doença a cada ano. Os sintomas apresentados devido a distrofia incluem fraqueza muscular progressiva que pode levar a alterações na postura e deformidades ósseas, aumentando o risco de quedas e fraturas. A DMD não tem cura, mas diversos tratamentos são pesquisados de forma a tratar ou ao menos melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Estudos em pacientes que possuem DMD, normalmente utilizam a Prednisona como uma forma de aliviar a inflamação, preservar a força e função muscular, porém apresenta efeitos colaterais como alterações ósseas, tanto no número de fraturas e osteoporose quanto no crescimento. Uma outra via para o tratamento são os produtos naturais ou nutracêuticos que apresentam benefícios terapêuticos que podem neutralizar os efeitos nocivos da inflamação, além de trazer menos efeitos colaterais graves comparado aos corticosteroides, os produtos nutracêuticos podem ser considerados como uma via complementar do tratamento da DMD, uma vez que são derivados de alimentos que trazem benefícios para a saúde. A soja é um produto nutracêutico que possui compostos biológicos com funções anti-inflamatórias que potencialmente podem reduzir os sintomas da DMD nos indivíduos. Para a realização do experimento os animais de linhagem mdx foram divididos em três grupos experimentais: mdxCT - animais tratados com solução salina, mdxP -animais tratados com 5 mg/kg de prednisona diluídos em solução salina e mdxS - animais tratados com extrato fracionado de soja contendo 2mg/kg de genisteína diluídos em solução salina. O tratamento foi feito por gavagem e iniciou-se quando os animais possuíam 14 dias de vida pós natal e se estendeu por 46 dias consecutivos no mesmo horário. O extrato de soja foi obtido pela COOPER Natural, fornecedora brasileira de produtos orgânicos, e possuía certificação de produto ecológico ECOVIDA. Após esta data os animais foram eutanasiados por overdose de anestésico (cetamina exilasina) e os fêmures removidos para análise de força em texturômetro. Os dados de força (N) foram analisados pelo teste estatístico ANOVA two-way e pós teste de tukey para comparar os grupos (p<0.05). Os resultados demonstraram que o grupo tratado com a soja apresentou valores de força estatisticamente maiores que os demais grupos do trabalho. Este dado indica que os ossos dos animais tratados com a soja foram mais resistentes com relação a este parâmetro. Análises futuras das demais propriedades biomecânicas serão realizadas para fornecer um panorama mais detalhado, mas estes resultados preliminares demonstram o potencial do extrato de soja em reverter os efeitos da DMD nos ossos. Além disso, futuros estudos serão realizados para avaliar o uso concomitante do extrato de soja com a prednisona sobre a saúde óssea dos animais.
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