A biodiversidade apresenta padrões que variam em diversas escalas espaciais e temporais. Gradientes ambientais são os principais moduladores que organizam a distribuição dos seres vivos e eles atuam desde a escala global até ecossistemas diminutos. Independente da escala, entender como os padrões de biodiversidade são modulados por condições ambientais e recursos naturais é crucial para melhor entendermos a riqueza e a distribuição das espécies. Neste trabalho, tentamos compreender como variações na disponibilidade de luz modulam a biodiversidade em um habitat de pequena escala: a filosfera de Psychotria nuda (Cham. & Schtdl.) Wawra, uma Rubiaceae arbustiva de subdossel na Mata Atlântica. Testamos a predição de que uma maior abertura do dossel aumenta a riqueza (diversidade) de morfotipos epifílicos e a área da folha ocupada por eles. A amostragem foi realizada através da coleta de 3 folhas de 32 indivíduos de P. nuda, quantificando a diversidade de morfotipos epifílicos e estimando a porcentagem da área foliar coberta por epífilas. A abertura do dossel acima de cada indivíduo foi medida com um densitômetro. Identificamos 15 organismos epifílicos com uma cobertura total média de 51,33% (variando entre 4,33 e 98,33%). Além disso, a abertura do dossel variou entre 1,3 e 21,06%. Contrariando nossas expectativas, a diversidade de morfotipos epifílicos e a cobertura de área pelas epífilas não correlacionam com a abertura do dossel. Nossos resultados sugerem que a disponibilidade de luz não é um forte modulador de biodiversidade epifílica neste sistema. A baixa variabilidade nas aberturas do dossel, reflexo da preferência de P. nuda por ambientes fortemente sombreados, pode ter limitado a detecção de padrões. Alternativamente, a ausência de correlações ambientais sugere que esse sistema pode ser apropriado para testar predições de modelos neutros de biodiversidade.
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Estudantes de biologia da Universidade Estadual de Campinas.
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