A disponibilidade de recursos no ambiente é um fator determinante para a diversidade e a composição funcional das comunidades vegetais. Este estudo teve como objetivo investigar como diferentes tipos de substrato (solo e rocha) influenciam a riqueza de espécies e as estratégias ecológicas das plantas, com foco na presença de suculentas. A hipótese testada foi que substratos com poucos recursos apresentariam menor diversidade e favoreceriam espécies com estratégias conservativas. O experimento foi realizado na Trilha da Onça, no Pico dos Cabritos, em Extrema (MG), caracterizado por afloramentos rochosos intercalados com áreas de solo mais profundo. Foram analisadas 10 amostras aleatórias de 60 cm² em cada substrato, utilizando palitos e barbante para delimitação. Em cada amostra, registraram-se a riqueza de espécies, a cobertura de suculentas e não suculentas e a espessura foliar (medida com paquímetro) para classificação funcional. No total, foram identificadas 92 espécies no solo e 17 na rocha, com apenas uma espécie (suculenta) compartilhada entre os dois substratos. As folhas das espécies em rochas apresentaram, majoritariamente, espessura ?0,5 mm, enquanto no solo predominavam folhas mais finas. Esses resultados indicam uma substituição de espécies mediada por um filtro ambiental, no qual o substrato rochoso seleciona espécies adaptadas à escassez hídrica, com estratégias conservativas, como o armazenamento de água. Concluímos que ambientes com menor disponibilidade de recursos apresentam menor riqueza e são ocupados por espécies com composição funcional especializada, corroborando a hipótese proposta.
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