Introdução: No Brasil, o álcool é a substância psicotrópica mais consumida e o seu consumo excessivo está entre os 10 mais importantes agravos à saúde. Estudos revelam que cerca de um quarto da população brasileira é consumidora de bebidas alcoólicas em elevada quantidade em uma única ocasião (“binge drinking”). Dentre os danos deste padrão de consumo, acentuar ou até mesmo induzir a transtornos mentais, é o mais perigoso. Apesar de ocorrer com toda população, há uma discrepância entre mulheres e homens, sendo este último o consumidor em maior evidência. Assim, é importante um estudo analisando a epidemiologia por transtornos mentais e comportamentais induzidos por álcool na população masculina brasileira. Objetivos: Analisar o número de internações por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool, entre o gênero masculino, ocorridos no Brasil, no período de 2017 a 2021. Material e Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, a partir da análise de dados coletados no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) - DATASUS, em agosto de 2022, considerando o recorte temporal de 2017-2021. Para construção do estudo, as seguintes variáveis foram selecionadas: ano de processamento, sexo, faixa etária e raça/cor. Resultados: Neste período foram notificadas 165.583 internações por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool, sendo que cerca de 87,7% (145.379) ocorreram no sexo masculino, contra 12,2% (20.204) no sexo feminino. Em relação à faixa etária, especificando para o sexo masculino, no intervalo de 1-19 anos, foram contabilizados cerca de 1,1% (1.664) casos, seguido de homens de 20-69 anos com 96,8% (140.754) das internações e, por fim, homens com mais de 70 anos, com 2,03% (2.961) do total. Quanto à raça/cor, dos 145.379 internações, 44,2% (64.318) sucederam-se na cor branca, seguido da cor parda com 27,5% (39.986). Conclusão: Portanto, torna-se evidente que o número de internações é predominante no público masculino e na faixa etária adulta. Embora socialmente admitido e incentivado, o consumo excessivo de álcool traz vários riscos à saúde que raramente são reconhecidos. Dessa forma, atividades preventivas para desestimular o consumo de álcool, reconhecimento do risco de abuso para quem já tenta reduzir o consumo e cuidados adequados relacionados às internações por transtornos mentais e comportamentais relacionados ao álcool são estratégias importantes para reduzir esse agravo no Brasil.
Comissão Organizadora
Comissão Avaliadora:
- Isis Nunes Veiga
- Viviana Nilla Olavarria Gallazzi
- Barbara Maria Santos Caldeira
- Kiyoshi Ferreira Fukutani
- Renato Guizzo
- Misa Cadide Duarte
- Everton Tenorio De Souza
- Jorgas Marques Rodrigues
- Thiago Barbosa Vivas
- Vanessa Serva Vazquez
- José Tadeu Raynal Rocha Filho
- Luis Filipe Daneu Fernandes
- Marta Sobral Ferreira
- Taíse Peneluc Menezes
- José Cupertino Nogueira Neto
- Amanda Catariny De Oliveira Silva
- Edvana dos Santos Ferreira
- Michelle Castro Montoya Flores
- Tiago Landim d'Avila
- Julie Alvina Guss Patricio
- Soraya Fernanda Cerqueira Motta
- Naiara Moreira Pimentel
- Janete Braga Vilas Boas
- Michel Pordeus Ribeiro
- Valquiria Lima Cavalcanti
Comissão Científica
- Anédia Dourado
- Nathan Keneitsi de Souza Ogochi
- Vanessa Serva Vazquez
- Thiago Barbosa Vivas
- Barbara Maria Santos Caldeira