Síndrome Congênita da Zika: perfil epidemiológico de apresentações neurológicas na Bahia durante o período de 2015 a 2020

  • Autor
  • Júlia Figueirêdo de Almeida Novaes
  • Co-autores
  • Lays Katharina Assis Coppieters , Laís Kemelly Lima de Araújo , José Tadeu Raynal Rocha Filho
  • Resumo
  • Introdução. O Zika vírus (ZIKV) é um flavivírus que atraiu atenção internacional em 2015, devido a um surto ocorrido no Brasil. A infecção é geralmente assintomática em adultos, mas pode afetar o desenvolvimento neurológico fetal, com malformações, ventriculomegalia  e microcefalia compondo a Síndrome Congênita da Zika (SCZ). Por ser uma doença emergente, estudos sobre o impacto da SCZ ainda são incipientes, comprometendo a compreensão de seus efeitos a longo prazo e dificultando a adoção de terapêuticas específicas àqueles afetados. Objetivos. Analisar o padrão epidemiológico da SCZ no estado da Bahia, no intervalo de 2015 a 2020 e identificar a ocorrência de alterações congênitas associadas. Material e Métodos. Estudo do tipo ecológico com dados coletados no Sistema de Registros de Eventos em Saúde Pública, tendo como desfechos a ocorrência de complicações neurológicas e a evolução para óbito dos casos, avaliados com base em medidas de prevalência por ano e município. Resultados. Durante o intervalo analisado houveram 2.881 notificações de SCZ no estado da Bahia, sendo a maioria destas nas cidades de Salvador, Feira de Santana, Eunápolis e Lauro de Freitas. Desse total, 967 indicam acometimento por microcefalia sem outras alterações do sistema nervoso central, com apenas 17 sugerindo déficit neurológico associado. Foram registrados 161 óbitos no período, com queda constante deste número desde 2017. Conclusão. A análise da distribuição da SCZ na Bahia revela um pico de casos e óbitos no ano de 2016, o que pode ser associado ao início da obrigatoriedade de notificações dessa condição. Posteriormente houve queda constante de ambos os índices, porém preservando a microcefalia como a  alteração congênita mais comum na SCZ. Considera-se que essa redução pode ter relação com as medidas de prevenção implementadas contra a Zika, porém é necessário destacar o impacto da pandemia de Covid-19 sobre as notificações a partir de 2020.

  • Palavras-chave
  • Infecção Congênita por Zika, Microcefalia, Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas
  • Área Temática
  • Saúde
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  • Saúde

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