Morbidade hospitalar de crianças com paralisia cerebral na Região Nordeste no período pré-pandêmico e pandêmico: um estudo ecológico

  • Autor
  • Júlia Dantas de Deus
  • Co-autores
  • Mariana Hellen do Carmo de Freitas , Renato Guizzo
  • Resumo
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    Introdução: A paralisia cerebral é a deficiência motora relacionada a danos neurológicos permanentes infligidos no período perinatal. Crianças e jovens com esta enfermidade têm condições de saúde significativamente piores e maior risco de infecção e transmissão de COVID-19. Os coronavírus (CoVs) em geral exibem propriedades neurotrópicas e, desse modo, podem piorar o prognóstico de afecções neurológicas como doenças cerebrovasculares, sintomas musculares e esqueléticos. Objetivo: Analisar a variação de morbidade hospitalar da paralisia cerebral na Região Nordeste no período pré-pandêmico e pandêmico. Material e Métodos: Trata-se de um estudo ecológico de série temporal que estimou a taxa de morbidade da paralisia cerebral utilizando dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIA/SUS). Os dados foram obtidos a partir da Plataforma Tabnet (DATASUS), segundo as variáveis de idade, sexo, cor/raça, comparando-se tais achados no período pré-pandêmico e pandêmico. Resultados: Foram registrados no período 3.722 internações e 16 óbitos, sendo 46,7% e 43,8%, respectivamente desses referentes aos anos de 2020 a 2022. Nos períodos comparados, as crianças do sexo masculino, com a faixa etária entre 5-9 anos e da cor/raça preta e parda apresentaram maior incidência de internações hospitalares. As variáveis sexo e idade referentes aos óbitos foram semelhantes no paralelo estabelecido entre os dois cenários temporais e na análise cor/raça, 1/3 dos óbitos de brancos foram registrados no período da pandemia, sem nenhum registro nos anos anteriores analisados. Conclusão: Os menores números de internações e óbitos por paralisia cerebral observados podem ser subnotificações ocorridas durante os anos de 2020 e 2022, consequente da atenção empenhada aos casos de COVID-19. Em contraposição, a literatura aponta que houve uma piora significativa no estado funcional e da dor das crianças que ficaram em casa durante o período de distanciamento social, por conta da menor regularidade da realização de cirurgias ortopédicas, fisioterapia e injeções de toxina botulínica em centros de reabilitação, cujas atividades foram reduzidas. Considerando a escassez de estudos epidemiológicos que retratem a prevalência da condição na região Nordeste, há a necessidade de mais estudos que investiguem e aprofundem a respeito das associações entre as diferentes variáveis do evento relatado.

  • Palavras-chave
  • COVID-19, epidemiologia, paralisia cerebral
  • Área Temática
  • Saúde
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  • Saúde

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