COMPARAÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE INTOXICAÇÃO EXÓGENA NA BAHIA ANTES E DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19.

  • Autor
  • Kessia Fabianny Cunha
  • Co-autores
  • Gabriele Eliza Assis , Amanda Pita , Aline Canária , Liana Maria Azi
  • Resumo
  • Introdução. Intoxicação exógena (IE) é o conjunto de apresentações clínicas e laboratoriais decorrentes da interação entre agentes tóxicos e o organismo. Diversas substâncias químicas podem causar danos toxicológicos ao sistema biológico, constituindo um relevante potencial fatal. Assim, é imprescindível estudar o perfil epidemiológico da IE na Bahia, avaliando possíveis efeitos ecológicos originados devido à pandemia. Objetivos. Descrever e comparar o perfil epidemiológico dos casos de IE notificados na Bahia antes (2018 e 2019) e durante (2020 e 2021) a Pandemia da COVID-19. Métodos. Estudo quantitativo analítico com dados secundários extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Este estudo utilizou dados secundários de acesso público, portanto não submetido ao Comitê de Ética. Os dados foram coletados em agosto de 2022 e referem-se aos casos de IE ocorridos entre janeiro de 2018 a dezembro de 2021 na Bahia. As variáveis idade, sexo, cor, circunstância e agente causador foram analisadas e descritas na forma de frequência e proporções.  Resultados. Foram notificados 12.838 casos de IE em 2018 e 2019. Do total de casos, a maior incidência ocorreu em indivíduos de 20-59 anos (57,8%), 59% no sexo feminino e 48,8% em pardos. Em relação ao agente tóxico, a principal causa foi por medicamentos (40,3%), seguido de alimentos e bebidas (10%), raticidas (6,8%) e drogas de abuso (6%). Quanto às circunstâncias, o principal motivo foi tentativa de suicídio (33,5%). Foram notificados 11.279 casos de IE em 2020 e 2021. Do total, a maior incidência ocorreu em indivíduos de 20-59 anos (59,5%), 58% no sexo feminino e 55% em pardos. O agente tóxico que mais causou intoxicação foi medicamentos (41,9%), seguido de drogas de abuso (10,2%), alimentos e bebidas (7,8%) e produtos de uso domiciliar (5,7%). A circunstância que mais causou intoxicação foi tentativa de suicidio (36,5%). Conclusão. O contexto da pandemia não pareceu afetar a epidemiologia dos casos de IE. Porém, o aumento de quase 50% na frequência dos casos de IE por drogas de abuso, comparativamente ao período anterior, reforça o Relatório Mundial sobre Drogas (2021), que apontou crescimento mundial no consumo de drogas na pandemia e faz acender um alerta sobre a saúde mental dos brasileiros.

  • Palavras-chave
  • Intoxicação, COVID-19, Substâncias tóxicas
  • Área Temática
  • Saúde
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  • Saúde

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