Introdução:
A tripanossomíase americana, mais conhecida regularmente como doença de Chagas, é uma antropozoonose causada por um protozoário flagelado, o Trypanosoma cruzi (T.cruzi), e transmitida por “barbeiros” ou “chupões” que são os triatomíneos (insetos hematófagos). Devido à infecção pelo protozoário, ocorre uma miocardite aguda e em seguida uma miocardite crônica fibrosante, de baixa intensidade e incessante, causando dano progressivo no miocárdio que posteriormente leva a cardiomiopatia crônica da doença de chagas, que tem como consequência a insuficiência cardíaca (IC), aneurismas ventriculares, arritmias complexas e morte súbita. No Brasil, dentre os anos de 2012 a 2015, foram registradas aproximadamente 2,5 a 3 milhões de infecções, a maior parte destas sendo registrada nas cidades, como consequência do fluxo de indivíduos das áreas rurais para os centros urbanos.
Método:
Trata-se de um estudo retrospectivo transversal com dados secundários obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) referente à mortalidade por Doença de Chagas na região Nordeste. O período considerado foi de 2012 a 2020 e as variáveis utilizadas foram óbitos por ano.
Resultados:
Na década analisada, no Nordeste, houve um decréscimo de 12,2% nos óbitos, passando de 1099 (2010) – ano do maior registro- para 966 (2020). Nos primeiros 5 anos, houve uma diminuição progressiva dos números estudados, sendo que o ano de 2015 registrou 955 óbitos, o menor contingente de toda a década analisada. Em seguida, houve aumento de 5,3% em 2016, com 1006 óbitos, seguido de 2017, com 984 e 2019 e 2020, que registraram o mesmo número de óbitos – 1022.
Assim, no período de 2010 a 2020, foram registrados 11.210 óbitos causados pela Doença de Chagas na região analisada. O estado com maior número foi a Bahia, com 6783 óbitos, representando 60,5% de todo o contingente registrado. Em seguida, Pernambuco (1299) e Alagoas (1012). O público mais acometido foi do sexo masculino 59,6% (n=6.147), autodeclarados pardos 55,7% (n= 3.946), com idade entre 60 e 69 anos 24,9% (n=1.620).
Conclusão:
A mortalidade por Doença de Chagas na região Nordeste, nos anos de 2010 a 2020, apresentou uma queda de 12,2% no período analisado. Destaca-se o estado da Bahia como o detentor do maior número de óbitos, seguido de Pernambuco e Alagoas. O público do sexo masculino, pardo e com idade entre 60 e 69 anos é o que apresenta o maior registro de mortes.
Comissão Organizadora
Comissão Avaliadora:
- Isis Nunes Veiga
- Viviana Nilla Olavarria Gallazzi
- Barbara Maria Santos Caldeira
- Kiyoshi Ferreira Fukutani
- Renato Guizzo
- Misa Cadide Duarte
- Everton Tenorio De Souza
- Jorgas Marques Rodrigues
- Thiago Barbosa Vivas
- Vanessa Serva Vazquez
- José Tadeu Raynal Rocha Filho
- Luis Filipe Daneu Fernandes
- Marta Sobral Ferreira
- Taíse Peneluc Menezes
- José Cupertino Nogueira Neto
- Amanda Catariny De Oliveira Silva
- Edvana dos Santos Ferreira
- Michelle Castro Montoya Flores
- Tiago Landim d'Avila
- Julie Alvina Guss Patricio
- Soraya Fernanda Cerqueira Motta
- Naiara Moreira Pimentel
- Janete Braga Vilas Boas
- Michel Pordeus Ribeiro
- Valquiria Lima Cavalcanti
Comissão Científica
- Anédia Dourado
- Nathan Keneitsi de Souza Ogochi
- Vanessa Serva Vazquez
- Thiago Barbosa Vivas
- Barbara Maria Santos Caldeira