Transtornos mentais na população LGBTQ idosa: revisão integrativa da literatura

Transtornos mentais na população LGBTQ idosa: revisão integrativa da literatura

• Autor
• Igor Cavalcante Lira Barros
• Co-autores
• Catarina Nykiel Matos , João Vitor Costa Freire , José Miguel da Silva Neto , Thiago Barbosa Vivas
• Resumo

• Introdução. O envelhecimento é marcado por uma série de transformações que têm grande repercussão sobre o processo saúde-adoecimento e estão profundamente relacionadas com os contextos socioculturais em que os sujeitos estão inseridos. A população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Queers (LGBTQ), historicamente subordinada a um complexo conjunto de pressões sociais, está mais vulnerável a conflitos internos, angústia e insegurança, conhecidos fatores de risco para transtornos mentais e comportamentais. Objetivo: Identificar os aspectos relacionados aos transtornos mentais e sua prevalência na população LGBTQ idosa. Metodologia. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada a partir de pesquisa nas bases de dados Medline (via PubMed), Lilacs e SciELO. Utilizou-se os descritores “Mental Disorders” (e 12 sinônimos), “Sexual and gender minorities” (e 11 sinônimos), “aged” (e 1 sinônimo) e “Health of the Elderly" (e 5 sinônimos). Foram incluídos artigos publicados em português, inglês e espanhol e excluídas as revisões de literatura. Resultados. 12 artigos foram incluídos na revisão. Gays e lésbicas foram mais abordados (75%), bissexuais (58,3%), transgêneros (33,3%), enquanto queers foram citados em um único estudo. A depressão foi o transtorno mental mais analisado (41,6%), seguida dos transtornos neurocognitivos (33,3%). A sexualidade e o histórico recente de discriminação são mencionados como fatores agravantes para carecer de suporte em idosas lésbicas e bissexuais com demência. A menor adesão terapêutica foi associada com diagnóstico e sintomas depressivos em idosos LGBT. Dados quantitativos e qualitativos apontam que o grupo LGBT ao envelhecer adquire maior resiliência para lidar com a estigmatização de pertencer a minorias sexuais. Conclusão. Foi observada uma lacuna no conhecimento, à medida que doenças prevalentes em idosos, como o transtorno bipolar e os transtornos de ansiedade, não foram abordadas nas obras incluídas. Também é nítida a invisibilidade enfrentada por essa população, ao passo que alguns grupos minoritários sexuais não apareceram na maioria das pesquisas selecionadas, evidenciando verdadeira invisibilidade. Esses problemas constituem dificuldades na compreensão do processo saúde-doença da população LGBTQ, o que pode repercutir na assistência à saúde baseada em evidências científicas.

• Palavras-chave
• Transtornos Mentais, Minorias sexuais e de gênero, Idoso
• Área Temática
• Saúde