Introdução: Segundo a OMS, acidentes por animais peçonhentos fazem parte das doenças tropicais negligenciadas. No Brasil, tais acidentes possuem relevância epidemiológica em decorrência da alta incidência de óbitos e suas sequelas, porém a condição segue sendo subnotificada em diversas regiões. Objetivo: Verificar a incidência de óbitos por acidentes com animais peçonhentos entre os anos 2016 até 2021 na Bahia. Material e Métodos: Trata-se de um estudo ecológico analítico, com recorte temporal do período de 2016 a 2021, abrangendo o estado baiano. A população estudada abarca moradores da Bahia que sofreram acidente por animal peçonhento, enquadrados na CID-10 como X20, X21, X22 e X27. Os dados foram obtidos através do sistema da SUVISA - BA, utilizando a plataforma do TabNet Win32 3.0 e o SINAN, valendo-se da tabulação de dados do TabNet. Foi definido como critério de busca o número de notificações e óbitos por acidentes de animais peçonhentos. As bases de dados utilizadas estão disponíveis online para consulta, dispensando análise ética. A variável de desfecho escolhida foi a evolução ao óbito ocasionado por peçonhas de animais e a variável independente foi o acidente por animais peçonhentos. As covariáveis são: idade, sexo, etnia e ano do óbito. A análise dos dados é descritiva, sendo avaliados os parâmetros de incidência e prevalência para obtenção dos resultados. A produção e sistematização dos resultados foram feitas por meio de tabelas no Microsoft Excel, sendo verificada a incidência de óbitos em relação à incidência de casos notificados ao longo do período estudado. Resultados: Foram notificados entre os anos de 2016 e 2021, 134.154 casos de acidentes com animais peçonhentos na Bahia, sendo que neste período houve uma tendência de aumento mesmo na vigência do período pandêmico. Em relação aos óbitos, nota-se que de 2016 a 2021, houve 127 mortes, sendo 66,1% homens, com predomínio da raça/cor parda. Além disso, de 2016 a 2019, o número total de mortes tende a uma estabilidade, com um aumento de 72,2% do ano de 2019 para 2020. Os óbitos ocorrem com maior recorrência na faixa etária entre 60-80 anos. Conclusão: Nota-se que de 2016 a 2019, houve aumento dos números de casos de óbitos por animais peçonhentos. Porém, entre os anos de 2020 a 2021, esses números diminuíram. Assim, conclui-se que a notificação possui uma ligação com o número de óbitos, uma vez que a subnotificação ou redução da notificação está relacionada com o aumento de óbitos.
Comissão Organizadora
Comissão Avaliadora:
- Isis Nunes Veiga
- Viviana Nilla Olavarria Gallazzi
- Barbara Maria Santos Caldeira
- Kiyoshi Ferreira Fukutani
- Renato Guizzo
- Misa Cadide Duarte
- Everton Tenorio De Souza
- Jorgas Marques Rodrigues
- Thiago Barbosa Vivas
- Vanessa Serva Vazquez
- José Tadeu Raynal Rocha Filho
- Luis Filipe Daneu Fernandes
- Marta Sobral Ferreira
- Taíse Peneluc Menezes
- José Cupertino Nogueira Neto
- Amanda Catariny De Oliveira Silva
- Edvana dos Santos Ferreira
- Michelle Castro Montoya Flores
- Tiago Landim d'Avila
- Julie Alvina Guss Patricio
- Soraya Fernanda Cerqueira Motta
- Naiara Moreira Pimentel
- Janete Braga Vilas Boas
- Michel Pordeus Ribeiro
- Valquiria Lima Cavalcanti
Comissão Científica
- Anédia Dourado
- Nathan Keneitsi de Souza Ogochi
- Vanessa Serva Vazquez
- Thiago Barbosa Vivas
- Barbara Maria Santos Caldeira