Introdução: O abdome agudo é caracterizado por dor aguda e súbita, com altas taxas de incidência e mortalidade, podendo ser provocado por afecções ginecológicas como a doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e torção anexial. Sendo a qualidade do serviço ofertado e o acesso oportuno indicativos de bom prognóstico. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é a medida que avalia a condição humana em três dimensões: renda, educação e saúde. Este trabalho busca analisar a correlação entre mortalidade de mulheres em idade fértil (MIF), por abdômen agudo ginecológico e o IDH das regiões brasileiras no período de 2010 a 2019.
Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico, transversal, que utilizou dados secundários do DATASUS e do Plano das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Foram consideradas MIF aquelas entre 10 e 49 anos. Para analisar a correlação entre o IDH e a mortalidade em MIF os dados foram transferidos para o SPSS versão 20, e foi realizado o teste de correlação de spearman. Foi considerado estatisticamente significativo p<0,05.
Resultados: Foram identificados 635 óbitos de MIF no Brasil por causas relacionadas ao abdome agudo ginecológico, no período. Destes, a maior parte se concentrou na região Sudeste (312 óbitos) e, em último lugar, no Centro-oeste (48 óbitos). Entretanto, quando estratificamos estes dados pela população exposta ao risco, observamos que a região Norte ganha destaque. Ao analisar a variação anual dos óbitos, observamos variações anuais importantes no Nordeste, Sul e Centro-Oeste, notando-se picos seguidos decréscimos acentuados ao longo dos anos. Ao analisar o IDH, notamos discrepâncias significativas entre os Estados do Nordeste e Sudeste. Contudo, nos Estados do Sul e Centro-oeste, as baixas taxas de mortalidade parecem refletir os IDHs. Ao comparar os IDHs e a mortalidade por MIF através da correlação de spearman, foi identificado um coeficiente de correlação de R=0,038 e valor de p=0,835, destacando-se assim, que não existe correlação entre tais variáveis.
Discussão: Concluímos que houve certa escassez de dados em parte do período analisado, sobretudo na região Norte. Isto pode ocorrer tanto por variação normal de casos e óbitos, tanto por falha no processamento dos dados. Além disso, em que pese não terem sido encontradas correlações entre a mortalidade e os IDHs das regiões brasileiras, há de se evidenciar o impacto negativo sobre a saúde das coletivas, que baixos índices de desenvolvimento humano podem refletir.
Comissão Organizadora
Comissão Avaliadora:
- Isis Nunes Veiga
- Viviana Nilla Olavarria Gallazzi
- Barbara Maria Santos Caldeira
- Kiyoshi Ferreira Fukutani
- Renato Guizzo
- Misa Cadide Duarte
- Everton Tenorio De Souza
- Jorgas Marques Rodrigues
- Thiago Barbosa Vivas
- Vanessa Serva Vazquez
- José Tadeu Raynal Rocha Filho
- Luis Filipe Daneu Fernandes
- Marta Sobral Ferreira
- Taíse Peneluc Menezes
- José Cupertino Nogueira Neto
- Amanda Catariny De Oliveira Silva
- Edvana dos Santos Ferreira
- Michelle Castro Montoya Flores
- Tiago Landim d'Avila
- Julie Alvina Guss Patricio
- Soraya Fernanda Cerqueira Motta
- Naiara Moreira Pimentel
- Janete Braga Vilas Boas
- Michel Pordeus Ribeiro
- Valquiria Lima Cavalcanti
Comissão Científica
- Anédia Dourado
- Nathan Keneitsi de Souza Ogochi
- Vanessa Serva Vazquez
- Thiago Barbosa Vivas
- Barbara Maria Santos Caldeira