Assembleia e diálogo de orientação socrática

Assembleia e diálogo de orientação socrática

• Autor
• Cecília Mara Moreira Matrângelo
• Co-autores
• Aline Aparecida Araújo Manoel
• Resumo

• De acordo com o Dicionário Online de Português uma assembleia é um grupo de pessoas que, possuindo um interesse em comum, se reúne para analisar, discutir e decidir sobre determinados assuntos. Assembleias são momentos de diálogo escolar, um espaço destinado exclusivamente para a promoção da participação dos alunos através da palavra. Durante as assembleias, a turma reúne-se para pensar e tomar consciência sobre si mesma e para modificar tudo o que seus participantes consideram necessário. Em sala de aula elas são reuniões coletivas onde tentamos resolver um problema que é de TODOS. Com elas visamos diminuir os conflitos de relacionamentos entre os alunos, buscando aguçar a consciência deles ao encontrar soluções para um melhor agir entre os colegas, professores, etc. Pretendemos também desenvolver a autonomia, a independência e o senso de coletividade. No campo educacional, são utilizadas para a introdução de valores. Valores como respeito, colaboração, solidariedade e justiça. Com esse trabalho, os alunos aprendem a exercer suas capacidades psicomorais como a empatia, o diálogo, a compreensão e a autorregulação. Também podemos dizer que as assembleias são úteis e eficazes porque o que conversamos e combinamos, adquire força, motivando e comprometendo os participantes. O papel das assembleias se limita à responsabilidade dos alunos envolvidos. Elas são feitas para que as crianças tenham espaço de diálogo acerca dos problemas e relações de convívio. Aliás, não falamos apenas sobre o que está ruim, mas também elogiamos e agradecemos o que está indo bem, reforçamos o positivo sempre. Usamos também essa ferramenta  no início dos temas que serão trabalhados em sala de aula. O aluno traz o seu conhecimento do assunto e a partir disso iniciamos o conteúdo. Outra questão que trabalhamos com os alunos é que, a melhor escolha não é aquela que é boa para um só e sim para mais pessoas, que às vezes não gostamos da solução, mas ela foi a melhor escolha e deve ser seguida pelo grupo. Nos momentos das assembleias trabalhamos aguçando a consciência dos alunos, através do Diálogo de Orientação Socrática. O professor faz as perguntas  e os alunos vão respondendo até chegarmos às soluções. Viktor Frankl propõe um diálogo no sentido socrático, como principal técnica de trabalho da logoterapia,  parte fundamental de seu método psicoterapêutico. É uma proposta centrada no sentido, para que esta se faça consciente de sua própria liberdade de escolha, respondendo por si mesmo perante sua vida e assumindo a angustia que a liberdade contém em sua essência. Algumas perguntas como exemplo de Diálogo de Orientação Socrática: O que o deixou tão irritado? Como posso ajudá-lo a acalmar e controlar-se? Quando seu amigo o ofendeu, o que você sentiu? Você poderia ter agido diferente? O que é bom em tudo isso? São perguntas feitas para que o outro encontre o melhor de si, não para encontrar o poder de quem pergunta. É preciso lembrar da importância de escutar sua intuição para fazer a pergunta correta em uma situação concreta. Durante as esses momentos  utilizamos essas perguntas para ajudar na vida socioafetiva dos nossos alunos em sala de aula e também fora dela. O diálogo não deve ser algo obrigatório e é preciso esperar surgir em cada aluno a necessidade de se expressar verbalmente, mas para alguns isso pode demorar dias ou meses, sendo necessário reconhecer e valorizar esse silêncio. Nessa interação com diálogos os professores mediadores devem buscar através dessas perguntas otimizar o processo educativo e a socialização com foco preventivo sobre alguns temas que com o tempo podem causar problemas aos alunos; diagnóstico para detectar e identificar necessidades individuais ou grupais; acompanhamento para acompanhar a evolução de um fato.No ano passado, tínhamos um aluno, em sala de aula, que era muito competitivo e agia com uma certa valentia nos jogos. Ficava muito nervoso quando perdia. Iniciamos com esse trabalho semanalmente, no começo os alunos tinham medo de falar e provocar uma péssima reação dele, mas com a constância,  eles começaram a dizer tudo o que incomodava. É claro que ele, não fazia ideia do sofrimento que causava aos amigos. Após um período, ele começou a apresentar uma mudança em seu comportamento. Passou a ser mais calmo e dar mais atenção aos amigos durante os jogos e brincadeiras. E os intervalos se tornaram agradáveis a todos.Por isso é tão importante “juntar-se para falar” para que os nossos alunos tenham uma existência mais tranquila, equilibrada e próxima de si e dos outros. Em grupo e com o diálogo o aluno aprende ouvindo e relacionando suas opiniões com os demais numa troca de respeito, vivência e tolerância para que se alcance objetivos comuns. Referências Bibliográficas:

  Arguí,Ricardo...[et al.];trad.Murad,Fátima. Tutoria- Com a palavra o aluno.Porto Alegre: Artmed,2002.

  Assembleia  In.: Dicio, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2022. Disponível em:https://www.dicio.com.br/assembleia/Acesso em:09/08/2022.

  FREITAS,M.L.S.Pedagogia do sentido – Contribuições de Viktor Frankl para a educação.2ª.ed.Ribeirão Preto: IECVF,2020.

   

   

   

   

   

• Palavras-chave
• assembleia, diálogo, autonomia, responsabilidade, valores, consciência, autotranscendencia
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• • Valores na educação

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