AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: SENTIDO DA VIDA E SUICÍDIO

AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: SENTIDO DA VIDA E SUICÍDIO

• Autor
• Laura Silva Paim
• Co-autores
• Vinícius Cerqueira Bastos dos Santos
• Resumo

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  Este trabalho tem como objetivo apresentar a experiência vivenciada em uma ação extensionista voltada à disseminação dos princípios introdutórios da Logoterapia e Análise Existencial, por meio da realização de um minicurso presencial e gratuito. A atividade foi desenvolvida nas dependências da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), integrando as ações do programa de extensão intitulado “Caminhos para uma vida com sentido”.

  O minicurso foi intitulado “Suicídio e autolesão à luz da logoterapia: o que ajuda quando tudo pesa?”, com duração aproximada de duas horas e conduzido por um único palestrante. A estrutura adotada foi expositiva, com abertura para o diálogo interdisciplinar e espaço para a participação ativa do público ao longo da atividade. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2022, foram registrados 16.468 óbitos por suicídio no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o que evidencia a importância de iniciativas voltadas à prevenção, ao debate sobre o sofrimento psíquico e à promoção de atividades que ampliem a percepção de sentido da vida.

  Ao final do evento, foram aplicadas fichas de avaliação compostas por questões quantitativas, em escala Likert de cinco pontos, e questões qualitativas, com o intuito de captar as percepções dos participantes sobre o encontro. A estrutura avaliativa baseou-se em dois pilares interdependentes: um quantitativo, com 8 itens avaliados pela Escala de Likert, objetivando mensurar o nível de satisfação em diversos aspectos da atividade; e um qualitativo, com 4 perguntas abertas: 1) O que mais chamou sua atenção nesse encontro? 2) O que poderia ser melhorado para os próximos encontros? 3) Que sentido teve para você esse encontro formativo? O que foi essencial? 4) O que poderá levar para sua vida pessoal e/ou profissional?

  A adoção de uma abordagem metodológica mista permitiu uma análise mais abrangente e sensível à diversidade de experiências dos participantes, contribuindo para o aprimoramento da proposta. O minicurso contou com 44 participantes, com uma taxa de absenteísmo de cerca de 53%, possivelmente associada ao adiamento da primeira data e a fatores como o dia e horário da realização. A maioria era formada por estudantes de Psicologia (26), além de psicólogas e psicólogos (4), enfermeiras (2), estudantes de Letras (2) e Ciências Biológicas (4) e de 6 profissionais e/ou estudantes não identificados.

  Todos os itens avaliados obtiveram médias iguais ou superiores a 4,1: relevância para a profissão (4,6), relevância para a vida pessoal (4,7), cumprimento dos objetivos (4,8), adequação da metodologia (4,8), tempo de duração (4,3), ambiente adequado (4,6), abertura para participação (4,1) e aprendizado de noções introdutórias de Logoterapia (4,7). A média geral de satisfação foi de 4,6.

  No âmbito qualitativo, os relatos evidenciaram aprendizados marcados por reflexões pessoais profundas, como mostram os seguintes depoimentos: “O sentido entre viver ou morrer, o que pode melhorar e ser levado em conta.”, “O outro ponto de vista sobre a vida, como mudar as coisas simples (sentido que damos à ela) pode nos salvar de sofrimentos maiores.”, “Como podemos abordar de diversos âmbitos a passagem por experiências sofredoras.”, “Morando longe de minha família, a solidão se faz presente às vezes, a frase ‘quem tem o porquê, sustenta qualquer como’ me tocou profundamente.”

  Além disso, destacou-se o interesse pela Logoterapia e o desejo de aprofundamento na abordagem: “Foi importante para conhecer obras e autores relevantes e com certeza me incentivou a ler mais e conhecer mais da Logoterapia.”, “Sem dúvidas levarei a bagagem do minicurso ao resto de minha formação. Ajudou muito a conhecer a Logoterapia.”

  Na seção “O que poderia ser melhorado para os próximos encontros?”, surgiram sugestões quanto à ampliação do tempo de duração e ao incentivo à interação entre os participantes: “Um tempo maior para aprofundar o tema.”, “Um tempo um pouco maior, para que haja disponibilidade de ter maior interação.”, “Mais tempo para trazer mais casos e discutir diferentes formas de abordagem à luz da Logoterapia.”

  Conclui-se que o minicurso, enquanto ação extensionista, cumpriu seu propósito de integrar o saber acadêmico às demandas da comunidade, alcançando estudantes, profissionais e cidadãos da região feirense. Seu caráter interdisciplinar e acessível favoreceu reflexões significativas sobre a existência, com impactos percebidos tanto na dimensão pessoal quanto profissional dos participantes.

  Dessa forma, os resultados apontam para o potencial formativo e transformador da Logoterapia, sobretudo frente a temas sensíveis como o sofrimento psíquico e a prevenção do suicídio. A satisfação registrada nas avaliações, aliada aos relatos qualitativos, reforça a importância de ações como esta na promoção do conhecimento aplicado à vida cotidiana. Assim, a experiência demonstrou que iniciativas dessa natureza ampliam o alcance da Universidade Estadual de Feira de Santana e contribuem para o bem-estar e o desenvolvimento das pessoas envolvidas.

   

• Palavras-chave
• Logoterapia, Sentido da vida, Suicídio, Extensão universitária, Avaliação, Minicurso.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• • Prevenção do vazio existencial e do comportamento autodestrutivo

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