INTRODUÇÃO: A endometriose é uma condição inflamatória crônica e hormônio-dependente, que apresenta a formação do tecido endometrial fora da cavidade uterina. A etiologia desta enfermidade ainda não foi completamente elucidada, no entanto, considera-se que podem estar implicados no seu desenvolvimento, fatores ambientais, genéticos, endócrinos e imunológicos. As principais manifestações clínicas são a dismenorreia, dispareunia e infertilidade. Desse modo, os aspectos nutricionais podem estar relacionados ao desenvolvimento, sintomas e progressão da endometriose. OBJETIVOS: Revisar a literatura com o intuito de identificar os aspectos nutricionais que apresentam relação com o desenvolvimento da endometriose, descrevendo os alimentos que contribuem para o agravamento dos quadros, bem como, aqueles que favorecem o controle da doença e resultam em melhor qualidade de vida para as mulheres acometidas. MATERIAL E MÉTODOS: Foi realizada, durante os meses de setembro e outubro de 2019, uma busca eletrônica nos bancos de dados das plataformas PubMed, SciELO, LILACS e Google Scholar, utilizando a combinação dos seguintes descritores: endometriose, dieta, nutrição. O critério de inclusão adotado considerou artigos disponibilizados na íntegra e publicados nos últimos 10 anos. Como critério de exclusão considerou-se as publicações em idioma estrangeiro, exceto o inglês. Foram encontrados 7 artigos, porém apenas 5 atenderam aos critérios previamente estabelecidos e constituíram a amostra para a elaboração do presente estudo. RESULTADOS: De acordo com os artigos selecionados, os fatores que tiveram relação com o desenvolvimento da endometriose foram: o alto consumo de Ômega 6 (gordura pró-inflamatória), consumo de alimentos processados industrialmente, a ingestão de frutas e vegetais com presença de pesticidas e organoclorados e o consumo de alimentos rico em fitoestrogênio, como a soja, aumentando os níveis de estrógeno, já que a endometriose é uma doença estrógeno-dependente. A presença desses alimentos na dieta foi associada à dismenorreia, inflamações e aderências endometriais. Em contrapartida, o consumo adequado de Ômega 3 (gordura anti-inflamatória), a ingestão de Vitaminas A, B, C, E e D e de resveratrol mostraram-se como fatores benéficos, visto que são nutrientes antioxidantes e reguladores, e contribuíram para amenizar os sintomas dolorosos e inflamatórios relacionados ao quadro clínico da enfermidade. CONCLUSÕES: A alimentação tem importância significativa na prevenção e tratamento da endometriose, sendo fundamental o acompanhamento nutricional. Desta forma, o nutricionista deve integrar as equipes multiprofissionais voltadas à assistência das mulheres acometidas com endometriose, uma vez que a dietoterapia contribui para a melhor qualidade de vida destas pacientes.
Comissão Organizadora
Janaina Lúcio Dantas
Giovani Rivera Amado
Paloma Cyntia da Silva Figueiredo
Comissão Científica