EFEITOS BENÉFICOS DA MÚSICA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS: SUA UTILIZAÇÃO EM CUIDADOS PALIATIVOS
Rozelia Alves da Silva, Sara Albino de Lucena1, Sabrina Bezerra da Silva2
1Discente do Curso de Nutrição da UNIFIP – PB, 2Docente do Curso de Nutrição da UNIFIP-PB
rozeliathd@hotmail.com
INTRODUÇÃO
O câncer é uma das principais afecções que causa dor, levando ao desconforto e a perda de qualidade de vida do paciente. Atualmente, a expectativa é de que ao longo da vida metade dos homens e um terço da população feminina desenvolva algum tipo de câncer em algum momento. Os dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer) estimam para 2018 no Brasil 582,19 novos casos para cada 100 mil habitantes (SOUZA, S.A. de; SANTOS, P.M.P dos; FERREIRA, L. E. N., 2018).
Os cuidados paliativos melhoram a qualidade de vida dos pacientes, adultos e crianças, que enfrentam os problemas inerentes a uma doença que ameaça a vida. Além disso, eles também melhoram a qualidade de vida de seus parentes. Esses cuidados são especificados na prevenção e alívio do sofrimento através da detecção precoce e da avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas, físicos, psicossociais ou espirituais (SILVA E SOUSA, A. D. R., 2019).
A musicoterapia e? a utilização da música em um contexto clínico, educacional e social para prevenção e apoio a? problemas de saúde mental, promovendo qualidade de vida e bem estar. O emprego de sons e melodias tem o intuito de aliviar algum sintoma e tratar doenças, podendo ser empregada em adultos, crianças e idosos (JUNIOR, V. P. de C; ALMEIDA, S. M; GONZAGA, S; GASPAROTTO, L., 2019).
A música atua no sistema nervoso autônomo, sendo um estímulo de competição com o quadro álgico, dessa forma, o paciente se distrai e modifica sua atenção. Portanto, o estímulo doloroso é atenuado, diminuindo o uso de analgésicos e reduzindo a tensão, promovendo também relaxamento (SILVA, C.G. de O., 2018).
A música é capaz de humanizar, transformar e trazer alívio à ansiedade durante o momento de hospitalização. Dessa forma, a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) tem como um dos objetivos específicos apreciar Música no hospital: promovendo saúde os conhecimentos populares e tradicionais e, por ser uma política transversal que permeia as políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS), preconiza que as ações de saúde devem ser centradas na qualidade de vida das pessoas, bem como nas relações da equipe de saúde com a comunidade, notadamente, com as famílias (BARROS DE SOUZA, J, 2019).
Tendo em vista a importância de demonstrar a inclusão de ferramentas que auxiliem os profissionais da saúde na melhoria da qualidade de vida de pacientes oncológicos, o presente estudo demonstra a inserção da música como uma das tais ferramentas sendo este um método de baixo custo que pode obter resultados satisfatórios, devendo-se salientar que se trata de um método utilizado como coadjuvante aos demais tratamentos oferecidos ao diversos grupos oncológicos.
OBJETIVOS
Analisar os benefícios da musica na integração dos cuidados paliativos em pacientes oncológicos.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada através de sites de pesquisa científica como Google acadêmico, Sciello, realizado no período de outubro de 2019. O método empregado foi à leitura analítica usando os descritores: musicoterapia, cuidados paliativos, oncologia. Foram incluídos 8(oito) artigos que correspondem à pesquisa em questão, como resumos e textos completos disponíveis eletronicamente, escritos no idioma português, publicados no período entre 2014 e 2019 em periódicos científicos que relacionasse o efeito e os benefícios da música para pacientes oncológicos, bem como, sua utilização nos cuidados paliativos. Foram excluídos estudos que não fossem direcionados ao tema abordado.
RESULTADOS E DISCURSÃO
O foco principal desta revisão bibliográfica é descrever de forma clara e objetiva á cerca da influência da música durante o tratamento oncológico paliativo, demostrando os benefícios que a mesma pode proporcionar no alívio de dores e qualidade dos pacientes, como também de seus familiares.
Nos pacientes em terminalidade, a música proporciona momentos felizes, de emoção e de bem-estar, além de reforçar as práticas humanizadas nesses momentos de difícil aceitação, tanto pessoal quanto familiar. Essa prática apresenta a vantagem de ser gratuita e possui uma baixa taxa de abandono (SANTEE, K.M; OLIVEIRA, T.S; SANTOS, T.R; LIMA, M.R.G; FERNANDES, C. N. da S; PILGER, C., 2019).
A Música possui a capacidade de desencadear sentimentos emocionais em alguns indivíduos que a ouvem, dependendo do conteúdo da poesia ou do instrumento que está sendo tocado. Então, a percepção musical de cada indivíduo envolve muitas áreas encefálicas, influenciando todo o corpo (FERREIRA, E. Q., 2017)
Os efeitos fisiológicos da música envolvem reações sensoriais, hormonais e fisiomotoras, como mudanças no metabolismo, liberação de adrenalina, regulação de frequência respiratória, variações na pressão arterial sanguínea, redução da fadiga e do tônus muscular, e aumento do limiar dos estímulos sensoriais, melhorando a atenção e a concentração (OLIVEIRA, P. P; RODRIGUES A.B.R; ONOFRE, P.S. de C; BELINELO, R.G. S; FRANCO, M., 2014)
Na atenção à pessoa com câncer, o envolvimento emocional do profissional com o paciente e seus acompanhantes é uma característica muito presente, pois as hospitalizações e retornos são frequentes já que o tratamento é, geralmente, longo. Por vivenciarem o processo de que possivelmente vão morrer os pacientes com câncer buscam a compreensão do sentido da vida. E, para atender às necessidades do paciente, a equipe necessita estar preparada, tendo que confrontar seus próprios medos (BARROS DE SOUZA, J.,2019).
CONCLUSÃO
Desse modo concluiu-se que, a utilização da música no tratamento paliativo pode proporcionar momentos felizes nesse estágio da doença, trazendo alívio, tranquilidade, fazendo a integração da mente-corpo-espírito, e consequentemente agindo na melhoria da funcionalidade de diversos sistemas proporcionando bem-estar e relaxamento. Como também, em uma melhor qualidade de vida dos cuidadores trazendo aconchego e amparo no enfrentamento dos obstáculos diários, proporcionando um momento de encontro com o seu interior.
Para o profissional em saúde são momentos de engajamento e empatia no eixo profissional-paciente-família, demonstrando o lado humanizado dos serviços envolvidos no processo de atendimentos paliativos, entendendo as necessidades do paciente que vão além do tratamento medicamentoso, dando suporte e encorajamento á equipe no enfrentamento aos medos dessa fase.
Palavras-chaves: musicoterapia, cuidados paliativos, oncologia.
REFERÊNCIAS
BARROS DE SOUZA, J. Música no hospital: promoção da saúde na oncologia. Revista Brasileira em Promoção da Saúde. 32:8920. 2019.
FERREIRA, E. Q. Religião e musicoterapia: o uso de música gospel na sala de espera com pacientes portadores de câncer. Revista In Totum, v. 4, n. 2, 2017.
JUNIOR, V. P. de C; ALMEIDA, S. M; GONZAGA, S; GASPAROTTO, L. Musicoterapia: da preservação à recuperação da saúde. . Anais 37º SEURS – Saúde, 2019.
OLIVEIRA, P. P; RODRIGUES A.B.R; ONOFRE, P.S. de C; BELINELO, R.G. S; FRANCO, M. A utilização da música em pessoas doentes de câncer com dor crônica. Revista de enfermagem - UFPE on line., Recife, 8(11):4097-106, nov., 2014.
SANTEE, K.M; OLIVEIRA, T.S; SANTOS, T.R; LIMA, M.R.G; FERNANDES, C. N. da S; PILGER, C . O uso da música nos serviços de saúde: uma revisão integrativa J. nurs. health. 9(2):e199201.2019.
SILVA, C.G. de O. O manejo da dor em pacientes oncológicos: uma revisão bibliográfica. Trabalho de Conclusão de Curso. Centro Universitário de Brasília; Faculdade de Ciências Da Educação e Saúde; Graduação Em Enfermagem; 2018.
SILVA E SOUSA, A. D. R. . Cuidados paliativos no centro de terapia intensiva pediátrica oncológica: instrumento assistencial de enfermagem. Dissertação (mestrado profissional)-Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.
SOUZA, S.A. de; SANTOS, P.M P dos; FERREIRA, L. E. N. Musicoterapia como instrumento de conforto para o paciente oncológico. - Revista Saúde - UNG-SER .v.12, n. 3-4, 2018.
Comissão Organizadora
Janaina Lúcio Dantas
Giovani Rivera Amado
Paloma Cyntia da Silva Figueiredo
Comissão Científica