INTRODUÇÃO: Compreende-se que a dieta vegetariana consiste na exclusão do consumo de carnes, no entanto, pode ou não permanecer o consumo de ovos, leite e laticínios. Existem aqueles indivíduos que consomem ovos, leite e derivados, que recebem a nomenclatura de ovolactovegetarianos, há os lactovegetarianos que fazem uso apenas do leite e derivados, e os ovovegetarianos que utilizam somente ovos. Há ainda os vegetarianos estritos e os veganos, cuja diferença consiste no fato de que os primeiros excluem da alimentação todo produto e derivado de origem animal, enquanto os últimos assumem um posicionamento de não exploração animal que vai além da alimentação, não consumindo absolutamente nada que envolva o uso de animais, seja no contexto do vestuário, cosméticos, entretenimento e demais aspectos cotidianos. É perceptível o crescente número de vegetarianos e os debates que vêm surgindo em âmbitos diversos, perpassando desde os setores relacionados ao marketing e economia até os aspectos inerentes à saúde. A adesão à dieta vegetariana pode ser determinada por inúmeros fatores, seja a proteção animal, a saúde, a ética ou fatores ambientais. Neste cenário, têm se destacado o impacto ambiental positivo que o fenômeno vegetariano pode provocar e as preocupações com o estado de saúde dos seus adeptos. OBJETIVO: O objetivo desse trabalho é descrever os principais aspectos apontados pela literatura acerca da dieta e saúde dos vegetarianos. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, cujos dados foram obtidos através das bases SciELO, PubMed e Google Scholar. Para as buscas foram utilizados os seguintes descritores: nutrição; vegetarianismo; vegetarianos. O critério de inclusão adotado considerou os artigos publicados no período entre 2015 e 2019. Foram excluídas as publicações que não estavam disponibilizadas na íntegra. Atendendo aos critérios pré-estabelecidos, a amostra constitui-se de cinco artigos científicos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A principal preocupação quanto à saúde dos vegetarianos refere-se ao consumo de proteínas, considerando-se que as carnes são as principais fontes proteicas. Entretanto, é possível manter os níveis de ingestão recomendada de proteína utilizando a proteína vegetal, proveniente de alimentos como a soja, cereal e leguminosa. As pesquisas, de modo geral, também alertam para a importância do monitoramento em relação aos níveis séricos de vitamina B12. Neste contexto, ressalta-se que acompanhamento nutricional adequado é capaz de garantir o aporte de macro e micronutrientes de acordo com as necessidades individuais, de tal maneira que a dieta vegetariana pode ser aplicada em qualquer fase dos ciclos de vida, inclusive durante a gestação. Os estudos apontam que os alimentos preconizados nesta dieta conferem aos seus adeptos níveis elevados de antioxidantes, que são relevantes na prevenção de neoplasias. Neste sentido, algumas pesquisas destacam, ainda, que vegetarianos apresentam menor probabilidade de desenvolverem doenças crônicas não transmissíveis. CONCLUSÕES: Conclui-se que a dieta vegetariana pode conferir benefícios à saúde dos indivíduos e ao meio ambiente. É importante destacar que o acompanhamento nutricional é recomendado para que não haja riscos associados à carência de nutrientes. Por se tratar de um mercado em significativa expansão, a formação de nutricionistas especializados na área deve ser incentivada.
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Paloma Cyntia da Silva Figueiredo
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