INTRODUÇÃO
De acordo com Lacerda et al. (2015), o câncer gástrico é relatado como sendo a segunda causa de óbitos por câncer no mundo. No Brasil, em 2012, a neoplasia gástrica aparecia em quarto lugar na incidência entre os homens e em sexto lugar entre as mulheres. Apesar disso, observou-se uma redução em sua incidência, atribuída a uma menor exposição aos fatores de risco.
O agente causal mais importante na etiologia do câncer de estômago ainda é a Helicobacterpylori (H. pylori), bactéria carcinogênica. Sobre a alimentação na etiologia deste tipo de câncer, o consumo excessivo de sal, nitrato, nitrito, carboidratos, dietas deficientes em vitamina A, C e E se destacam (LACERDA et al., 2015).
A alimentação influencia diretamente no bem estar das pessoas e é o ponto chave para definir a saúde do indivíduo. A nutrição age como fator decisivo na prevenção ou gênese de doenças, pois é ela quem determina a manutenção da saúde e a qualidade de vida do indivíduo ao longo da vida (BOTELHO & LAMEIRAS, 2018).
Os alimentos oferecem proteção ao organismo contra o desenvolvimento de doenças crônicas, inclusive o câncer. Os compostos quimiopreventivos, encontrados principalmente nas vitaminas C e Ee nos carotenóides, funcionam como antioxidantes, atuando especificamente na prevenção de todos os tipos de cânceres, inclusive o de estômago (ANTUNES; SILVA; CRUZ; 2010).
OBJETIVOS
Diante do exposto, o presente trabalho objetiva-se descrever a terapia nutricional utilizada na prevenção do câncer de estômago.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa sistemática, fundamentada na análise de artigos referentes à terapia nutricional na prevenção do câncer de estômago. Para tal foram realizadas buscas nas bases de dados Scielo, Pubmed, Medline, nos últimos 9 anos, tendo como descritores as seguintes palavras: câncer de estômago, prevenção, alimentação, nutrição.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Um alimento de forma isolada não proporciona prevenção contra o câncer, porém uma boa combinação pode perfeitamente estimular o sistema imunológico contra a doença. A nutrição tem valor preventivo, mas quando diagnosticado a doença, ela desempenha um papel de extrema importância no tratamento (HYPPOLITO& RIBEIRO, 2014).
Através da secreção de ácidos e enzimas digestivas, o estômago, parte do sistema digestivo, processa e digere os alimentos. Carboidratos, proteínas, lipídeos, vitaminas e minerais são absorvidos no intestino delgado. Alimentos como vegetais, amido, frutas, micronutrientes como selênio e zinco e chá verde estão associados como fatores de proteção para o desenvolvimento de câncer de estômago (ZHU et al., 2019).
Existem compostos chamados de quimiopreventivos, que são antioxidantes. Eles exercem uma ação protetora específica contra o desenvolvimento de câncer, podendo ser sintetizados em laboratório, porém encontrados nos alimentos. São eles: o licopeno, encontrado no tomate, as isoflavonas, presente na soja, a quercetina na maçã, resveratrol na uva, as antocianinas encontradas nas frutas vermelhas, como a cereja (MUNHOZ et al., 2016).
As frutas e as hortaliças são os alimentos anticancerígenos mais eficazes, evitando a maior parte dos tipos de câncer, como o câncer da cavidade oral, esôfago, estômago, cólon, reto e bexiga, pois são ricas em provitaminas A, C e fitoquímicos antioxidantes (HYPPOLITO& RIBEIRO, 2014).
Conforme Antunes (2010), a vitamina C é uma vitamina solúvel, que apresenta propriedades antioxidantes, antiaterogênico, anticarcinogênico e imunomodulador. No processo de carcinogênese do estômago, ela age neutralizando as espécies reativas deoxigênio que danificam o DNA e evita a síntese de nitrosaminas a partir de nitratos e nitritos. Por isso a indústria adiciona a vitamina C nos produtos para prevenir a formação desses compostos carcinogênicos.
A carência de fibras na dieta aumenta a concentração do conteúdo luminal elevando o tempo de trânsito intestinal, proporcionando um maior contato com agentes carcinogênicos com a mucosa colônica, podendo culminar com o desenvolvimento do câncer de cólon e reto. As fibras aceleram o trânsito intestinal, arrastando consigo substâncias cancerígenas no tubo digestivo eliminando nas fezes (HYPPOLITO& RIBEIRO, 2014).
De acordo com Kim et al. (2018), em um caso-estudo de controle, na Coréia, na qual analisaram a relação de carotenoides na dieta e risco de câncer gástrico, foi observado que há uma relação inversa significativa entre ingestão de carotenoides e risco de câncer gástrico nas mulheres. O licopeno também foi inversamente associado ao risco de câncer nos indivíduos em geral e para o grupo positivo para H. pylori.
De acordo com Almeida& Oliveira (2017), afirmam que a adesão ao Padrão Alimentar Mediterrâneo, definida como sendo uma dieta rica em óleos vegetais e baixa em gordura saturada, está associado a uma redução significativa do risco de câncer gástrico.
CONCLUSÃO
Uma alimentação de qualidade, com alto valor nutricional, quantitativamente adequada, equilibrada, rica em macronutrientes, fibras, vitaminas e minerais aliado aos bons hábitos de vida e prática de exercício físico, atuam na promoção da saúde de forma completa e também na prevenção dos diversos tipos de cânceres, inclusive o de estômago, melhorando o bem estar, a qualidade de vida e a longevidade das pessoas.
Comissão Organizadora
Janaina Lúcio Dantas
Giovani Rivera Amado
Paloma Cyntia da Silva Figueiredo
Comissão Científica