INTRODUÇÃO: Sabe- se que alimentação e o estado nutricional está amplamente ligado com a qualidade do sono, ambos precisam estar em sintonia para garantir a qualidade de vida, os indivíduos que trabalham no sistema de turnos, principalmente aqueles que atuam na parte da noite, possuem uma grande dificuldade de manter hábitos alimentares saudáveis, aliando este fator aos problemas gerados pela má qualidade de sono, esses trabalhadores terão predisposições as doenças crônicas não transmissíveis, destacam- se a obesidade e a síndrome metabólica . O ritmo circadiano é o ciclo que controlam nossas funções orgânicas com base nas 24 horas de um dia, ele é responsável pelo controle do ciclo do sono, temperatura corporal, secreção de hormônios, funções intestinais, imunológicas e controle glicídico. (DORNELLES, 2016; GRUTZMACHER & CASTANHO & BRANCO, 2019; FREITAS et al. 2018; HOLANDA, 2017) OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo por meio de uma revisão de literatura demonstrar o impacto da dessincronização do ritmo circadiano no estado nutricional dos trabalhadores de turnos. MATERIAIS E METODOS: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, fundamentado na busca de artigos científicos originais pelo método de PICO (SANTOS & PIMENTA & NOBRE) com busca nos bancos de dados SciELO e Google Acadêmico através dos descritores do DECS: Ritmo Circadiano; Estado nutricional; Trabalhadores. A amostra foi composta por 18 artigos científicos produzidos no período de 2015 a 2019, que abordaram a temática proposta, excluindo aqueles que não atendessem a estes pré-requisitos, totalizando 10 artigos utilizados. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Existe no mundo uma tendência prevalente de um mercado que funciona durante todo um dia, com isso muitas pessoas trabalham e desenvolvem funções distintas nos mais variados horários, essa mudança pode provocar uma dessincronização do ritmo circadiano destes indivíduos e impactando diretamente em sua saúde. A síndrome metabólica e a obesidade são as patologias que apresentam maior frequência em trabalhadores noturnos e isso pode ser explicado por uma desregularização do ciclo do sono que pode alterar a secreção dos hormônios causando o aumento da grelina, hormônio orexígeno, e a redução da leptina, hormônio anorexígeno. Defini- se que obesidade é o acúmulo desmoderado de gordura corpórea, que pode interferir diretamente na saúde dos portadores, pode provocar complicações respiratórias como a dispneia, alterações dermatológicas e problemas no sistema locomotor, e influencia no aparecimento de doenças como dislipidemias, hipertensão, diabetes tipo II, câncer, entre outras doenças associadas como a síndrome metabólica que é o conjunto de alterações como obesidade, aumento da pressão arterial, hiperinsulinemia, alterações no perfil lipídico. Os indivíduos que tendem a dormir menos possuem maior chance de adquirir obesidade, a diminuição do sono pode impulsionar um maior tempo de vigília, levando as alterações hormonais, alterando assim concentrações plasmáticas de leptina e de grelina, resultando o aumento da fome e do consumo alimentar, desregulando o balanço energético, promovendo o aumento de peso, esses hormônios estão diretamente ligados à saciedade e ao apetite. O estresse provocado por privações de sono provoca uma serie de problemas como ansiedade, depressão, irritação e apatia, os indivíduos que se encontram com estes sintomas possuem uma tendência a consumir alimentos mais agradáveis ao paladar, utilizando a alimentação como forma de conforto, isso provoca o aumento do consumo de gorduras, sódio e açucares, alimentos esses que quanto mais ingeridos mais representam risco ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Estudos comprovam essas inter-relações de acordo com (MAROT, 2018) o circuito rotatório dos turnos tem uma influência direta no tempo gasto no consumo alimentar, que por sua vez afeta diretamente o consumo dos macronutrientes, sendo priorizado os carboidratos simples de fácil digestão, levantando a hipótese de que esse fenômeno poderá provocar um aumento no consumo de calorias diárias e consequentemente o desenvolvimento da obesidade. Segundo (HOLANDA, 2017) demonstrou em seu estudo epidemiológico transversal, os trabalhadores de turnos quando comparados ao restante da população apresentam maior prevalência de hipertriglicemia e hipertensão, bem como uma tendência ao desenvolvimento de síndrome metabólica. Em (SANTOS et al. 2019) foi realizado um estudo descritivo do tipo transversal com 20 mulheres que trabalham em turnos, pode se constatar que 55% das mulheres afirmaram optar por lanches noturnos, porém, apenas 10% afirmou que tem esse hábito fora do trabalho, quanto ao apetite 30% das mulheres afirmaram sentir mais fome durante os plantões e consumir uma maior quantidade no trabalho em relação à quando estão em casa. (OLIVEIRA et al. 2004; PINHEIRO et al. 2004; FURLAN, 2018; PEREIRA, 2018; TEIXEIRA, 2017) CONCLUSÃO: A diminuição do sono a alterar a secreção de hormônios grelina e leptina, pode aumentar a chance do indivíduo de adquirir obesidade, levando ao acréscimo da fome e do apetite, o aumento da vigília também influencia diretamente nos níveis de estresse e ansiedade que podem ser relacionados pela opção de uma alimentação mais gordurosa e consequentemente mais nociva à saúde, por tanto, pode se concluir que as pessoas que assumem cargos de turnos, tem uma maior chance desenvolver obesidade, síndrome metabólica e outras doenças crônicas não transmissíveis, sendo necessário uma atenção maior a alimentação e ao seu estado nutricional.
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Janaina Lúcio Dantas
Giovani Rivera Amado
Paloma Cyntia da Silva Figueiredo
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