DOENÇA CELÍACA: UM ESTUDO DE CASO

  • Autor
  • LUCÉLIA MARIA DOS SANTOS
  • Co-autores
  • LAYRES SOARES SILVA , JANAÍNA LÚCIO DANTAS
  • Resumo
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    A doença celíaca é definida como uma intolerância permanente ao glúten, proteína presente no trigo, centeio e cevado, caracterizado por ser uma enteropatia mediada por células T, que acomete indivíduos geneticamente susceptíveis (BINDER, 2013; RUBIOTAPIA, 2013). Esta pode ou não desencadear sintomas. O quadro mais clássico possui diarreia, esteatorreia, perda de peso, flatulência e dor abdominal. Todavia, muitos apresentam sinais e sintomas que não são tão facilmente ligados à doença, como anemia, osteopenia, infertilidade e alterações neurológicas. Outros ainda são totalmente assintomáticos, apresentando como únicas alterações o exame anatomopatológico do intestino e as sorologias anormais (BINDER, 2013; BAPTISTA, 2017). O diagnóstico da doença celíaca é uma tarefa complexa, uma vez que, além da forma clássica, uma parcela considerável de pacientes com doença celíaca não apresenta sintomas gastrintestinais (TORRES, LÓPEZ, RÍOS, 2007). O tratamento da doença celíaca é feito com a eliminação total do glúten da dieta, o que evita o dano à mucosa, permitindo que a absorção de nutrientes ocorra normalmente e os sinais e sintomas desapareçam (PRATESI, GANDOLFI, 2005, ANDREOLI, 2013). O nutricionista trabalha em harmonia com os demais profissionais do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF) e das Equipes de Saúde da Família, onde é responsável pela gestão das ações alimentares e nutrição, atua de forma efetiva sobre os determinantes dos agravos dos distúrbios alimentares e nutricionais, colaborando para segurança alimentar e nutricional da população (BRASIL, 2008). Relatar a experiência do atendimento nutricional realizado pelo profissional nutricionista com um paciente portador de Doença Celíaca na Atenção Básica. Trata-se de um estudo descritivo do tipo estudo de caso, na qual abordará a experiência vivenciada durante o Estagio Supervisionado de Nutrição em Saúde Coletiva do Curso de Nutrição do Centro Universitário de Ensino Superior de Patos- UNIFIP, ocorrido na cidade de Água Branca-PB, no período de 15 de agosto a 31 de outubro de 2019.  Paciente do sexo feminino, 22 anos, 62 kg, apresentado sobrepeso, recorre ao atendimento nutricional através de encaminhamento médico com diagnostico de doença celíaca. Ao ser feita a avaliação clínica a paciente apresenta constipação frequente, vômito, náuseas, digestão lenta, pirose, refluxo, insônia, ansiedade, formigamento, tontura, dormência, dermatite herpetiforme. Durante a antropométrica constatou que a mesma está com sobrepeso. Logo após, realizou-se a anamnese alimentar, apresentado alimentação inadequada com grande quantidade de alimentos industrializados, ingestão elevada de alimentos ricos em glúten, principalmente cereais refinados, gorduras e açucares. O tratamento nutricional baseou em aconselhamentos dietéticos e prevenção às carências nutricionais, incluindo a prevenção de perda de massa óssea, pela alimentação pobre em cálcio, incluídos na sua alimentação cereais integrais, hortaliças, frutas, leguminosas, leite e derivados que se encontravam deficientes. As refeições foram fracionadas em 6 refeições, formulado um plano alimentar de acordo com suas necessidades e alimentos livres de glúten, além disso foi disponibilizado uma lista com alimentos substitutos aos que contem glúten, e receitas. Durante o retorno foram encontrados resultados satisfatórios, redução dos sintomas de desconforto abdominal, refluxo, pirose e constipação, além da adequação do seu estado nutricional, tendo uma perca de 2 kg do seu peso corpóreo inicial. Uma vez que a restrição de glúten implicou uma mudança radical nos hábitos alimentares e de vida. Observou-se o tratamento da doença celíaca é meramente dietético e que há uma dificuldade na exclusão e reconhecimento dos cereais que contêm glúten na alimentação. Observa-se o papel do profissional de Nutrição na avaliação do estado nutricional e, na orientação relativa à escolha dos alimentos. Verifica-se também a necessidade de acompanhamento constante para avaliar a adequação a ingestão dietética, presença de sinais e sintomas de comprometimento da saúde, que são fatores determinantes na qualidade de vida do paciente celíaco. O nutricionista, assim, estimula a adesão ao tratamento, evita a monotonia, acompanha a ingestão alimentar, faz orientações nutricionais, alimentos adequados, disponibiliza receitas, planejamento de refeições equilibradas, leitura de rótulos.

     

  • Palavras-chave
  • Doença Celíaca, glúten, dieta livre de glúten, saúde coletiva, atenção básica.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Nutrição e Saúde Coletiva
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