As Doenças Cardiovasculares (DCV), consideradas como Doença Crônica Não Transmissível (DCNT), é considerada um grave problema de saúde pública, sendo definidas como o conjunto de doenças que afetam o sistema circulatório, incluindo vasos sanguíneos e coração (BONOTTO; MENDOZA-SASSI; SUSIN, 2016). O número de pessoas com mais de 60 anos no Brasil apresentou um crescimento de 33,65% no período de 2000 a 2009, destacando-se as doenças cardiovasculares, como principal causa de óbitos em ambos os gêneros (LUZ; SANTOS; SABINO, 2017). Como consequências do envelhecimento aliado aos maus hábitos de vida, o surgimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT’s) é inevitável. Dentre as elas, as doenças cardiovasculares, tais como Hipertensão Arterial, Acidente Vascular Cerebral e Diabetes Mellitus, associadas com outros fatores, são como agentes que influenciam na qualidade de vida. Dentre os fatores, estão listados: sexo, idade, estado civil, tabagismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, sexo inseguro, inatividade física, excesso de peso, alimentação inadequada, estresse social e pobreza (QUEIROZ et al., 2014). No Sistema Único de Saúde (SUS), a Atenção Primária à Saúde (APS) deve garantir acesso às ações de prevenção aos agravos à saúde, buscando redução das taxas de internação e mortalidade por várias causas, inclusive por DCV (LENTSCK; SAITO; MATHIAS, 2017). Estratégias educativas em saúde devem ser consideradas como a comunicação enquanto práticas de relações entre os profissionais de saúde e as pessoas com o objetivo de promover mudanças positivas de conhecimentos para que sejam refletidas nos comportamentos de saúde de pessoas, grupos e comunidades (REGIS; BATISTA, 2015).
Relatar e avaliar a importância do desenvolvimento das atividades educativas, referente a saúde cardiovascular com idosos.
METODOLOGIA
Trata-se de um relato de experiência no qual abordará a vivencia no Estágio Supervisionado de Nutrição em Saúde Coletiva, no qual foi uma atividade realizada na Academia da Saúde, na Praça do Perequeté na cidade de Patos - PB. As atividades foram desenvolvidas e supervisionadas pela Nutricionista do NASF e se deu em dois momentos: a primeira, a avaliação antropométrica, foi realizada através do Índice de Massa Corpórea (IMC) e realizada circunferência da cintura (CC) para identificar risco de DCV. No segundo momento foram realizadas orientações nutricionais com o público de idosos.
Durante a atividade foram avaliados quinze idosos, sendo eles, quatorze do sexo feminino e apenas um do sexo masculino, com idade entre ? 60 anos e ? 72 anos. De acordo com os resultados obtidos a partir do IMC, notou-se que 14 idosos estavam com excesso de peso, sendo que 13 do sexo feminino encontrava-se com sobrepeso (IMC ? 25 kg/m²), que correspondem a 86,6% desta população, 1 do sexo masculino encontrava-se com obesidade (IMC ? 30 kg/m²), e apenas 1 do sexo feminino encontrava-se em eutrofia (IMC 18,5 a 24,9 kg/m²). Em seguida foram analisados os resultados a partir do RCQ, onde foi observado que todos encontravam - se em risco para doenças cardiovasculares, em ambos os sexos.
Sabendo que a obesidade é um fator de risco, juntamente com as DCNT, em grande parte evitáveis através da adoção de escolhas alimentares mais saudáveis e pela prática de atividade física regular (WHO, 2017). Portanto diante do crescimento da obesidade faz-se necessário a implementação de ações que incentivem a população a ter hábitos de vida mais saudáveis e possibilite o acesso a prática de atividade física para as pessoas, aumentando assim a prevenção contra doenças relacionadas ao ganho de peso corporal, auxiliando também no tratamento da obesidade (FERREIRA Et al., 2006; ANDRELLA; FERNANDES, 2012).
Ficando assim evidente a importância de programas de intervenção alimentar e de exercícios físicos, a fim de amenizar e contornar os malefícios provocados por estilos de vida pouco saudáveis. (CARLUCCI, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Conforme os resultados obtidos na pesquisa, evidencia-se que as atividades educativas ofertadas aos idosos através da equipe do NASF II, contribuem de forma positiva para a melhoria da qualidade de vida, sendo reconhecidas e valorizadas pelos idosos participantes desta atividade. Ressalta-se a importância destas ações no sentido de não serem apenas pontuais e sim uma das principais ações de saúde na atenção básica junto com as ações assistenciais, uma vez que aliam alimentação saudável e a prática da atividade física.
Palavras-chaves: Doenças Cardiovasculares; Doenças Crônicas não Transmissíveis; Atividade Educativa.
REFERÊNCIAS
ANDRELLA, J.L.; NERY, S.S. Treinamento resistido para populações especiais: relação entre benefício e agravo patológico. Revista Funec Científica Multidisciplinar, v.1, n. 2, 2012.
BONOTTO, G.M.; MENDOZA-SASSI, R.A.; SUSIN, L.R.O. Conhecimento dos fatores de risco modificáveis para doença cardiovascular entre mulheres e seus fatores associados: um estudo de base populacional. Ciência Saúde Coletiva, v. 27, n. 1, p. 293-302, 2016.
CARLUCCI, E. Obesidade e sedentarismo: fatores de risco para doença cardiovascular. Dissertação. Programa de Mestrado em Promoção da Saúde (PPGPS) do Centro Universitário Cesumar UNICESUMAR, 2014.
FERREIRA S, TINOCO, A.L.A.; PANATO, E.; VIANA, N.L. Aspectos etiológicos e o papel do exercício físico na prevenção e controle da obesidade. Revista de Educação Física, v.133, p. 15-24, 2006.
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LENTSCK, M.H.; SAITO, A.C.; MATHIAS, T.A.F. Tendência de declínio das hospitalizações por doenças cardiovasculares sensíveis a atenção primária. Texto Contexto Enfermagem, v. 26, n. 2, 2017.
LUZ, F.E.; SANTOS, B.R.M.; SABINO, W. Estudo comparativo de mortalidade por doenças cardiovasculares em São Caetano do Sul (SP), Brasil, no período de 1980 a 2010. Ciência Saúde Coletiva, v. 22, n.1, p.161-8, 2017.
REGIS, G.C.; BATISTA, N.A. The nurse in the area of collective health: conceptions and competencies. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 68, n.5, p. 830-6, 2015.
QUEIROZ, R.F.Q.; ALVAREZ, Â.M.; ERDMANN, A.L.; FRANÇA, A.L.M.; PEREIRA, C.B.S. Cardiovascular events and additional risk in hypertensive senior citizens. Revista Rene, v. 15, n. 1, p. 52-9, 2014.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity, 2017.
Comissão Organizadora
Janaina Lúcio Dantas
Giovani Rivera Amado
Paloma Cyntia da Silva Figueiredo
Comissão Científica