As práticas e as habilidades sociais educativas parentais (HSE-P) exercem grande influência sobre os comportamentos das crianças. Estudos apontam para diferenças entre os comportamentos maternos e paternos e sua interferência sobre o desenvolvimento infantil. Buscou-se comparar e correlacionar práticas educativas maternas, paternas e comportamentos de crianças com e sem problemas de comportamento clínico. Participaram 71 casais heterossexuais que viviam juntos, pais de crianças entre 3 e 10 anos. Utilizou-se o Roteiro de Habilidades Sociais Educativas Parentais (RE-HSE-P) e o CBCL. Foram realizadas comparações (Qui-quadrado e Mann-Whitney) e correlações (teste de Spearman) considerando-se as práticas educativas maternas e paternas e os comportamentos de crianças com (CPC) e sem problemas de comportamento (SPC). Resultados: as mães apresentaram mais práticas negativas (x2=10,6; p=0,001) e os pais queixaram-se (x2=5,15; p=0,023) mais dos comportamentos das crianças CPC. Nenhuma variável obteve valor significativo para SPC. Correlações entre crianças SPC e suas mães revelaram associação positiva entre as habilidades sociais infantis (HSI) e diversidade de contexto de interação. O mesmo foi encontrado entre crianças e seus pais. Ademais, as HSE-P paternas foram diretamente relacionada às HSI. Sobre as crianças CPC e suas mães, foram associadas positivamente HSE-P às HSI (R=0,513). Acerca dos pais, HSE-P associou-se à HSI (R= 0,514) e as Práticas Negativas às HSE-P (R=0,535). Conclui-se que mães e pais conseguem ser habilidosos com os filhos, mas as mães tendem a serem mais ativas e negativas diante dos problemas de comportamento. Os pais parecem dispor de menor repertório habilidoso do que as mães em contextos semelhantes.
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