O presente trabalho tem como objetivo apresentar o emprego de intervenções voltadas para o desenvolvimento de habilidades sociais utilizadas no processo clínico de um caso com déficits de repertório assertivo. O cliente E.R., de 14 anos, foi atendido na Policlínica da Universidade Paulista. A queixa apresentada pautou-se no uso exagerado de computador e comportamento introspectivo. Verificou-se funcionalmente o repertório de fuga e esquiva de situações sociais, tendo o computador como um aliado para permanecer distante das relações interpessoais. Foram realizadas 11 sessões pautadas na abordagem Analítico Comportamental. As intervenções visaram ampliar o repertório comportamental em habilidades sociais do cliente, com foco no treino de assertividade. Foi ensinado a realização de análise funcional do seu próprio comportamento, observando as contingências que permeavam as suas autoregras, geralmente disfuncionais a respeito de sua interação com as pessoas. A identificação das variáveis que controlavam o seu comportamento auxiliou na modificação gradual da sua maneira de se relacionar com o mundo. Os resultados apontaram maior capacidade de E.R. em lidar com situações do dia-a-dia de maneira assertiva, estabelecendo contatos sociais dentro e fora de casa, e a diminuição do uso do computador, o que corrobora a hipótese inicial. No início do processo terapêutico, o seu comportamento verbal apontava para uma autoimagem de extremamente tímido ao escolher a pontuação 8,5 dentre uma escala de 0 (nada tímido) a 10 (extremamente tímido), o que caiu para 4 no último atendimento, demonstrando mudanças no repertório social tanto em suas relações interpessoais como em seu comportamento verbal.
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