O objetivo deste estudo foi analisar as relações entre percepção de suporte familiar e habilidades sociais de dependentes de substâncias psicotrópicas. Participaram do estudo 100 pacientes que estavam em tratamento por Transtornos por Uso de Substâncias (TUS) em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da região norte do Brasil. Foram utilizados um Formulário Sociodemográfico e Clínico, Inventário de Percepção de Suporte Familiar (IPSF) e Inventário de Habilidades Sociais 2 (IHS 2-Del Prette). A média de idade foi de 38 anos (DP=11), casados (42%), baixa escolaridade (47%), sem trabalho (79%). Os participantes estavam, em média, há 8,48 meses em tratamento no CAPS, vivenciaram a internação antes do CAPS (63%), apresentaram dependência do álcool (38%), crack (23%) e maconha (20%), com gravidade moderada de dependência (69%) e média de cinco recaídas por participante. Os resultados mostraram correlação positiva e significante entre recaídas e grau de dependência, indicando que quanto maior o número de recaídas, maior o grau de dependência (e vice-versa), e a correlação entre recaídas e tempo no CAPS, significando que o número de recaídas cresceu conforme o tempo de tratamento no CAPS aumentou (e vice-versa). Os participantes apresentaram baixa percepção de suporte familiar geral e repertório deficitário de habilidades sociais gerais, com pouca correlação entre as dimensões suporte familiar e habilidades sociais. Discutiu-se que o tratamento dos TUS deve considerar vários aspectos, como o grau de dependência, fatores de vida que podem predizer recaídas e lapsos, e o treino em habilidades sociais e a participação familiar como estratégias de enfrentamento.
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SIHS UFMA
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