Maus-tratos na infância é um fenômeno assustador, que priva as crianças dos cuidados, da promoção do desenvolvimento e das interações que são típicas da forma pela qual os seres humanos cuidam de seus filhos. A literatura aponta que crianças que sofrem maus-tratos correm riscos elevados de manifestação de problemas comportamentais, emocionais e sociais em fases posteriores da vida. O objetivo dessa intervenção foi aprimorar as habilidades sociais, como autocontrole, autoconhecimento, confiança, paciência, assertividade e disciplina, em crianças que haviam sofrido algum tipo de violência e que estavam passando por processo de judicialização em uma casa de acolhimento da cidade de Teresina. Os objetivos específicos foram reduzir problemas de comportamento e fortalecer os vínculos entre elas. Participaram da intervenção três crianças de 3, 6 e 7 anos, em um período de seis meses com encontros semanais. A metodologia utilizada foi baseada em dinâmicas, jogos e filmes selecionados de acordo com as demandas que elas apresentavam. Ao final dos seis meses, os resultados foram satisfatórios, já que pôde ser observado uma melhora de comportamento por parte das crianças, no que diz respeito ao controle de agressividade, na redução da indisciplina e no respeito entre elas e com a equipe e a casa. Com isso, reitera-se a importância de trabalhar habilidades sociais nesse contexto permeado por fragilidade e vulnerabilidades, sendo tal prática configurada como um fator de proteção contra possíveis problemas futuros.
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