QUANDO DUAS CULTURAS SE ENCONTRAM: A CULTURA MARANHENSE ENCONTRA A CULTURA MANDINGA DE BURQUINA FASO E MALI

QUANDO DUAS CULTURAS SE ENCONTRAM: A CULTURA MARANHENSE ENCONTRA A CULTURA MANDINGA DE BURQUINA FASO E MALI

• Autor
• MIZA CARVALHO DOS SANTOS
• Resumo

• A afirmação do Maranhão como terra mandinga feita por Matthias Assunção (2001) me leva a perceber a invisibilização dessa alteridade mandinga na minha formação. No mestrado tive a oportunidade de dialogar com um djeli da cultura mandinga do Mali e Burquina Faso, mas o fato de ter tomado o encontro com Toumani Kouyaté como um encontro com uma cultura distante já denunciava o meu não reconhecimento dessa alteridade na minha formação. Essa alteridade sacrificada me convida a olhar os pontos enceguecidos, a escutar o que parece ser inaudível na cultura maranhense.

   A partir da filosofia da linguagem de Bakhtin, compreendemos que só é possível encontrar uma unidade no campo da vida, da arte e da ciência, quando se incorpora estas três dimensões, no ato. Esta é a proposta de Bakhtin, uma questão ética e estética diante da vida, ao qual chamou de ato responsável, um ato irrepetível, insubstituível, em que temos o dever de responder a partir do lugar que ocupamos, sem álibi.

   Ao reconhecer a região de Itapecuru Mirim no Maranhão como uma região que recebeu negras e negros do povo mandinga na época da escravização no Brasil, instigou-me a vontade de buscar dialogar com este contexto. Ao buscar aprofundar as compreensões da cultura mandinga a partir do meu ato ético, busco compreender os sentidos criados hoje pelas comunidades de Itapecuru de modo a fortalecer a (re)existência reescrevendo discursos contra-hegemônicos.

  Os acontecimentos chamarão os caminhos da pesquisa. Mais do que trilhar um caminho já pronto, acreditamos numa perspectiva que busca o que ainda não sabemos, portanto, não é possível prever o caminho.Uma estratégia será fazer interagir os saberes da comunidade de Santa Maria dos Pretos em diálogo com os saberes mandingas de Burquina Faso e Mali, a partir das palavras do djeli Toumani Kouyaté, e fazer acender sentidos que se encontravam invizibilizados. Esse movimento insere-se em nossa perspectiva metodológica e refere-se ao que Bakhtin denomina como ‘cotejo’.

   

• Palavras-chave
• Alteridade. Cultura mandinga. Filosofia da Linguagem.
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Eixo 6: Processos Formativos, Arte, Imaginário e Educação