Crianças de terreiro: aprendizagens e saberes ancestrais

Crianças de terreiro: aprendizagens e saberes ancestrais

• Autor
• Gabrielli Lima Araújo Silva
• Resumo

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  Pretendo apresentar uma proposta de estudo sobre as questões do aprendizado e do saberes das crianças viventes em um terreiro de candomblé da Nação Ketu, no Rio de Janeiro, município de Nova Iguaçu. Nesse terreiro atuo como contadora de histórias, professora das crianças e filha de santo da casa. É pela troca com as crianças que vou aprendendo cada vez mais sobre o candomblé e pelas narrativas delas percorro os caminhos deste trabalho. Meu interesse nesse tema é fruto principalmente da pesquisa de campo que deu origem à minha dissertação sobre a importância desses saberes de terreiro serem abraçados, representados e implementados na escola. Construir essa pesquisa com as crianças no terreiro que atuo é importante, pois a medida que aprendem também me ensinam. No candomblé não só resguardamos nossas memórias africanas, como vivenciamos os ensinamentos dos mais velhos na rotina da casa de santo. Acontece que os povos dos terreiros resistem ao preconceito e enfrentam grandes desafios desde xingamentos, olhares tortos por usar branco e fios de conta no pescoço, até ações mais violentas como apedrejamentos e destruição de seus templos, pois o racismo religioso é uma realidade. Esse fenômeno pode ser interpretado como parte de uma resistência cultural tão forte que permanece e se expande na atualidade, verificando mesmo o que alguns pesquisadores apontam como um processo de reafricanização dos cultos afro-brasileiros, que ocorre ao mesmo tempo em que as religiões de matrizes africanas deixam de ser religiões étnicas no sentido mais estrito do termo (PRANDI, 2004). A partir da compreensão que o meu campo de pesquisa é extremamente complexo, e que eu só tive acesso a esse universo na vida adulta, estou iniciando os estudos sobre o campo das espiritualidades africana e afro-brasileira pela perspectiva das infâncias, compartilharei alguma das atividades que realizei com as crianças, suas falas e posicionamentos.

   

• Palavras-chave
• Relações étnico-raciais, Candomblé, Infâncias
• Modalidade
• Comunicação oral
• Área Temática
• Eixo 4: Relações Étnico-raciais, Diversidades Sexuais e de Gênero