BENEFÍCIOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE COENZIMA Q10 EM PACIENTES COM CÂNCER: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

  • Autor
  • Melina Sá da Silveira
  • Co-autores
  • Alane Nogueira Bezerra
  • Resumo
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    Introdução: Sabe-se que os antioxidantes apresentam um papel protetor contra o início e a progressão do câncer, reduzindo o estresse oxidativo, a diminuição e a oxidação do DNA, o impacto nas vias de sinalização associadas ao crescimento e estimulando a autofagia e a apoptose. Dentre os diversos antioxidantes, a coenzima Q10 (CoQ10) é um componente lipofílico produzido em quase todas as células. Os potenciais benefícios da CoQ10 no tratamento oncológico compreendem o aperfeiçoamento do sistema imunológico e a ação antioxidante (Garrido-Maraver et al., 2014).  Objetivos: Revisar na literatura quais os benefícios da suplementação de Coenzima Q10 em pacientes com câncer. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura de artigos científicos, em que a busca foi realizada no mês de março de 2024, através das bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e MEDLINE via PUBMED, utilizando os seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DECS): (Coenzyme Q) OR (Ubiquinone) AND (Cancer) cruzados com o operador booleano “AND” e “OR” e (Coenzima Q) ou (Ubiquinona) e (Câncer) cruzados com o operador “E” e “OU”. Como critérios de inclusão, adotou-se: artigos publicados nos últimos 10 anos (2004-2024), em pacientes adultos e idosos, na língua portuguesa e inglesa, que respondessem à problemática do presente estudo. Foram excluídos trabalhos no formato de dissertação, monografia, revisão, testes e realizados em animais. Após a aplicação dos critérios de elegibilidade, foram escolhidos 5 artigos para o estudo. Resultados: A CoQ10 é uma substância símile a uma vitamina constituída por síntese endógena com inúmeros efeitos mitocondriais importantes, que tem um papel importante como transportador de elétrons na ação da cadeia respiratória mitocondrial. Além disso, é um antioxidante fundamental, lipossolúvel e que conserva radicais na membrana celular, e protege a membrana mitocondrial e extra mitocondrial dos radicais livres (Ghasempour Dabaghi et al., 2024). A coenzima Q10 demonstra uma atividade anticarcinogênica significativa em diversos tipos de câncer por meio de suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias (Liu et al., 2016). Um estudo realizado com 117 pacientes adultos com melanoma sem metástase, foram observados que os níveis plasmáticos de CoQ10 foram significativamente mais baixos do que nos indivíduos controle e, relacionando à espessura do tumor primário, os pacientes com níveis mais elevados de CoQ10 apresentavam tumores mais finos. Além disso, os pacientes que desenvolveram metástase apresentavam níveis mais baixos de CoQ10 (Testai et al., 2021). Estudo realizado com 90 mulheres adultas, divididas em dois grupos, em que 60 eram pacientes e 30 faziam parte do grupo controle, observou-se que a média de Coenzima Q10 em mulheres com câncer de mama (16,91±2,52), enquanto em comparação com o grupo controle saudável (42,49±7,45), de forma que os níveis de CoQ10 diminuíram significativamente em mulheres com câncer de mama em comparação com mulheres saudáveis (Abd-Alqader et al., 2023). Em um estudo realizado com 84 pacientes adultas com câncer de mama, que receberam 100mg/dia de CoQ10, foram avaliados os níveis de Antígeno Carcinoembrionário (CEA), o Antígeno Carboidrato 15-3 (CA 15-3) e os níveis séricos de citocinas (IL-1y, IL-6, IL-8, TNF-y). Os níveis de CEA, CA 15-3 e citocinas foram encontrados reduzidos em pacientes que, além do tamoxifeno, receberam a suplementação por 45 ou 90 dias, demonstrando que a suplementação pode ajudar a quimioterapia a controlar o risco de metástase (Testai et al., 2021). Em outro estudo, níveis diminuídos de Coenzima Q10 foram encontrados no plasma de mulheres adultas com câncer de mama, entretanto, os baixos níveis correlacionam-se com um pior prognóstico. Entretanto, demonstrou-se que a suplementação de 390mg de CoQ10 diariamente resultou na regressão do tumor e no desaparecimento de metástases previamente diagnosticadas, aproximadamente 1 a 3 anos após, dependendo do caso (Juan Garrido et al., 2014). Outro estudo randomizado e controlado por placebo foi realizado com 41 pacientes adultos diagnosticados com Carcinoma Hepatocelular (CHC), que após passarem por cirurgia de ressecção do tumor, receberam aleatoriamente placebo ou 300mg/dia de CoQ10, obtendo como resultado a diminuição significativa do estresse oxidativo e dos marcadores inflamatórios (PCR-as e IL-6) e o aumento na atividade de enzimas antioxidantes, como superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx) (Liu et al., 2015). Conclusão/Considerações finais: Com os dados apresentados, conclui-se que a CoQ10 pode acarretar efeitos positivos em diferentes tecidos e metabolismos por meio da redução do estresse oxidativo sistêmico e da inflamação. A suplementação de CoQ10 em pacientes oncológicos evidenciou uma melhora geral nos marcadores inflamatórios, oxidativos e bioquímicos específicos bem como na prevenção de metástases. Entretanto, há a necessidade da realização de mais estudos para esclarecer homogeneamente seu papel além de avaliar a suplementação de acordo com o local primário do câncer.

  • Palavras-chave
  • Coenzima Q10; Câncer; Suplementação; Ubiquinona
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Nutrição Clínica
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