Introdução: A creatina é um peptídeo encontrado naturalmente no corpo, principalmente nos músculos, e, além da síntese endógena, pode ser obtida de fontes alimentares animais, advinda da carne vermelha e de alguns peixes. A creatina fica contida nos músculos na forma de fosfocreatina (CP) e pode ser utilizada quando necessário dentro do processo de geração energética da célula (Antonio et al., 2021). Durante o esforço físico, por exemplo, a energia pode ser obtida, principalmente, de três sistemas diferentes: sistema ATP-CP, sistema anaeróbico lático e sistema aeróbico, que ocorrem simultaneamente, mas diferem entre si quanto à velocidade com a qual a energia é demandada. Nesse sentido, o papel da creatina é a ressíntese de ATP no músculo em situações de exercícios mais intensos, em que a velocidade de produção e utilização de energia é alta, como exercícios de explosão, demandando uma maior taxa de ATP por tempo (Burke et al., 2023). Assim, na tentativa de aumentar o conteúdo de creatina no músculo, e considerando que muito pouco é conseguido através da dieta convencional, atletas e praticantes recreacionais utilizam o suplemento de creatina voltado para o esporte, tentando fazer com que haja uma performance maior em suas modalidades (Gordon et al., 2023). Objetivo: Considerando os efeitos que a creatina poderia causar no indivíduo, este trabalho teve como objetivo revisar na literatura dados sobre utilização e efeitos da creatina em esportes diversos. Metodologia: Para isso, foi realizada uma revisão de literatura que buscou responder à pergunta de partida “Quais os efeitos da suplementação de creatina na performance esportiva?”. Foram utilizadas as bases de dados Scielo e Pubmed, sendo considerados artigos publicados entre 2015 e 2024 que trouxessem informações e dados capazes de responder à pergunta de partida; que tratassem de indivíduos adultos; e que considerassem a suplementação de creatina isoladamente e associada a alguma prática esportiva, avaliando a performance dos indivíduos. Os estudos foram pesquisados através do cruzamento dos descritores “Suplementação e Creatina” e “Performance esportiva”, utilizando os termos também em inglês e o operador booleano AND. Resultados: Após busca, foram considerados 8 artigos para a escrita do trabalho. Os trabalhos, em sua maioria, ressaltam que quando o exercício físico é feito até a exaustão, tanto as concentrações musculares de ATP e as de CP são diminuídas, o que faz com que haja uma necessidade aumentada de fornecimento de energia para o músculo continuar trabalhando. Nessa perspectiva, a suplementação poderia prover benefícios mantendo o exercício por um pouco mais de tempo (Brooks et al., 2023). Alguns estudos mostraram que a suplementação de 20 g/dia, fracionada em 4 doses, seguida por 5 g/dia por 3 semanas causa efeitos positivos em praticantes de musculação (Burke et al., 2023), crossfit (Emezio; Oliveira; Silva, 2015), dança (Brooks et al., 2023) e natação (Candow et al., 2023), dados esses que já estavam à luz da literatura.
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