Introdução: A organização mundial da saúde (OMS) define obesidade como o excesso de gordura corporal que pode causar algum dano ao bem-estar do indivíduo. É considerada uma das doenças crônicas não transmissíveis (DNCT) mais comum no mundo, de forma que, se não houver intervenções efetivas para tratá-la, tenderá a se agravar cada vez mais (FEITOSA; ZANELLA, 2022). Fatores genéticos, emocionais e estilo de vida estão intimamente ligados ao seu aparecimento. O aumento dos casos de distúrbios nutricionais tem crescido em ritmo acelerado e chamado atenção para o público infantil. A substituição da alimentação tradicional por alimentos e bebidas ultraprocessadas são uma das razões para desenvolver tal agravante. Esses alimentos geralmente são saborosos, práticos e apresentam baixo custo, além de possuírem uma vasta vantagem comercial quando comparados com os alimentos in natura ou minimamente processado. Entre as consequências de uma alimentação não balanceada e pouco nutritiva, encontra-se o ganho excessivo de peso, que pode dar origem à obesidade e consequentemente as DCNTs. Atualmente, essas enfermidades são as principais causas de morte no mundo, sendo considerada um problema de saúde pública e gerando impactos negativos na vida das crianças, como por exemplo o desenvolvimento de diabetes mellitus, hipertensão, doenças do sistema respiratório, circulatório, câncer entre outras patologias (MALTA et al., 2020). Objetivos: Revisar literatura sobre a correlação entre a obesidade infantil e DCNTs na infância. Metodologia: O presente trabalho, trata-se de uma revisão de literatura do tipo integrativa que teve como pergunta norteadora: A obesidade pode desencadear doenças crônicas não transmissíveis? Também se fez necessário a utilização dos descritores em ciências da saúde (DeCS), pesquisando as palavras chaves “obesidade infantil” e “doenças crônicas não transmissíveis”, combinados com o operador booleano “AND” para pesquisa de artigos. A busca para a realização do trabalho foi feita entre os meses de março e abril. Os critérios de inclusão utilizados para a seleção dos estudos foram: artigos publicados no período de 2017 a 2022, nos idiomas em português e inglês sobre a temática. Foram excluídos durante a busca: artigos com idiomas diferentes dos citados e que apresentassem conteúdos irrelevantes para o enriquecimento do trabalho sobre revisão de literatura e editoriais. Após a filtragem dos trabalhos pela aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados quatro artigos para análise e base de discussão. Resultados: Dos artigos analisados, foi visto uma relação entre o excesso de peso e obesidade associados a diversas DCNTs, como diabetes mellitus, problemas respiratórios, hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia, as quais aumentam o risco de problemas cardiovasculares. Entre as razões que levam a esse quadro foram selecionados cinco principais comportamentos sendo esses: alimentação inadequada, inatividade física, equipamentos eletrônicos, fatores socioeconômicos e influência familiar (FEITOSA E ZANELLA, 2022). A partir da interpretação dos dados coletados pelo Ministério da Saúde a estimativa é que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade. A doença afeta 13,2% das crianças entre 5 e 9 anos e pode trazer consequências preocupantes ao longo da vida. De acordo com o índice de massa corporal (IMC), as crianças foram classificadas eutróficas (EUT) e as crianças que apresentaram sobrepeso (SP), obesidade (OB) ou obesidade grave (OBG) formaram um único grupo denominado Excesso de Peso (EP). Em toda a análise do estudo, (EUT) representaram 65,3% e 32,6% (EP), (SP: 14,3%; OB: 15,3%; OBG: 3,1%). Outrossim, o atraso do sono foi observado em 26,1% das crianças que têm total acesso às telas. O uso de mídia foi superior a 2 h/dia em 42,3% (40,4% no EUT e 46,1% no EP). O acesso à mídia era livre para 59,1% das crianças. Não houve diferença significativa em todas as análises (CORREIA, et al.,2020). Com base nos estudos, é perceptível que a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças brasileiras têm aumentado nos últimos anos. Vários são os fatores que os levam a se tornarem obesos como: alimentos com alto valor calórico, aumento do tamanho das porções, aumento do tempo gasto em frente da televisão, videogame, computador e diminuição das atividades com maior gasto energético, levando cada vez mais ao sedentarismo. Além disso, destaca-se também o ambiente familiar compartilhado e a influência dos pais nos padrões de estilo de vida dos filhos (FEITOSA E ZANELLA, 2022). O incentivo a prática de hábitos alimentares saudáveis e a prática de exercícios físico é essencial para evitar algumas patologias e promover uma melhor qualidade de vida ao público infantil. Conclusão/Considerações finais: Conclui-se que o excesso de peso na fase primária está em constante crescimento, tornando-se um quadro cada vez mais alarmante no Brasil e no Mundo. Das variáveis estudadas podem ser consideradas fatores tendenciosos: o consumo de ultraprocessados, a falta de atividade física e uso da tecnologia, impactando, de forma considerável, o comportamento sedentário. A análise dos dados obtidos aponta a importância de feitos que promovam hábitos saudáveis para uma melhor qualidade de vida. Com isso, se faz necessário a prática de ações a fim de evitar a ingestão precoce dos alimentos que apresentam um baixo valor nutricional, como açúcares; estimular a prática de atividade física desde cedo, para que seja feita de maneira prazerosa; incentivar hábitos saudáveis no ambiente familiar, sem a presença de aparelhos eletrônicos; e evitar o consumo excessivo de alimentos como frituras, bebidas calóricas, processados entre outros.
Comissão Organizadora
Thalita Rodrigues
Camila Pinheiro Pereira
Camila Pinheiro Pereira
Isadora Nogueira Vasconcelos
Roberta Freitas Celedonio
Natalia Cavalcante Carvalho Campos
Alane Nogueira Bezerra
Leonardo
Leonardo Furtado de Oliveira
Comissão Científica