A variação pronominal nós e a gente: uma abordagem variacionista

  • Autor
  • Alexandre Emanuel Alves da Silva
  • Co-autores
  • Clézio Roberto Gonçalves , Valter de Carvalho Dias
  • Resumo
  • Este trabalho se propõe a apresentar a variação, no português brasileiro (PB), do pronome de primeira pessoa do plural nós e a locução pronominal a gente, em posição sintática de sujeito, identificando-se tanto os fatores sociais quanto os ambientes linguísticos que os condicionam. Para isso, apresentamos considerações sobre a trajetória da forma pronominal a gente e sua disposição nos quadros pronominais de gramáticas normativas brasileiras e investigamos, em seguida, as contribuições de pesquisas sociolinguísticas acerca dessa variante. Nesse ponto, a escolha temática se justifica por trazer uma discussão sobre aspectos linguísticos, culturais e sociais sobre um fenômeno ainda não contemplado em estudos precedentes na região do vale do aço mineiro. Na literatura linguística, como mostra Nascimento (2013), o uso de a gente possui registros entre o século XVI e o início do século XIX no Brasil e, surgiu, conforme Omena (1994), da necessidade de contraposição entre uma referência mais precisa e uma mais imprecisa da primeira pessoa do discurso no plural. No entanto, como salienta Araújo (2016), em boa parte das gramáticas normativas brasileiras, os quadros pronominais ainda não apresentam a forma a gente, mesmo que em pleno uso pelos falantes. Com isso, o presente artigo visa retomar resultados de estudos mais recentes acerca da variação linguística na escolha pronominal de primeira pessoa do plural, entre nós e a gente, que tiveram por enfoque as modalidades oral espontânea, oral monitorada e escrita, a fim de delimitar a prevalência ou não prevalência de a gente no PB. Por fim, os resultados parciais indicam que a forma a gente possui maior número de ocorrências do que a forma nós em todas as faixas etárias escolhidas.

  • Palavras-chave
  • Variação linguística; Variação pronominal; Preconceito linguístico; Identidade.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Sociolinguística
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DESAFIOS DO ISOLAMENTO SOCIAL PARA A PESQUISA EM SOCIOLINGUÍSTICA E INTERFACES

 

O isolamento social impôs ao mundo uma nova forma de pensar o desenvolvimento das pesquisas científicas, sobretudo nas áreas das humanidades, cujo contato social é imprescindível para desenvolvimento de pesquisas. Dessa forma, o X Encontro de Sociolinguística propôs realizar esse debate para contribuir com as pesquisas em Sociolinguística, as quais tradicionalmente dependem muito de entrevistas.

Assim como em outros áreas, recorrer às tecnologias existentes, principalmente que utilizam os meios remotos, tem sido a atual prática para a coleta de dados. Além disso, tem-se buscado outras formas de obtenção de informações para empreender análises linguísticas a partir do perfil social dos falantes que possam dar as respostas científicas que tanto se espera na área de conhecimento objeto deste evento: a Sociolinguística.

Ao longo de quatro dias, o evento possibilitou alguns espaços para essas discussões e tantas outras: conferências, mesas-redondas e sessões de comunicação. Tal panorama pode ser conferido através dos resumos que compõem estes anais, os quais trazem apenas os temas que foram debatidos nas sessões por seus respectivos autores e os demais participantes.

Desejamos que os trabalhos que foram apresentados possam contribuir efetivamente para o desenvolvimento das diversas pesquisas em Sociolinguística e todas as interfaces possíveis que outras áreas dos estudos da linguagem.

Valter de Carvalho Dias
Membro da Comissão Organizadora

Comissão Organizadora

Cristina dos Santos Carvalho
Norma da Silva Lopes
Norma L F Almeida
Raquel Meister Ko Freitag
Silvana Silva de Farias Araujo
Valter de Carvalho Dias

 

Comissão Científica

André Pedro da Silva
Antônio Félix de Souza Neto
Clézio Roberto Gonçalves
Cristina Carvalho
Emília Helena Portella Monteiro de Souza
Mariana Fagundes de Oliveira Lacerda
Norma Lucia Fernandes de Almeida
Pedro Daniel dos Santos Souza
Raquel Meister Ko. Freitag
Ricardo Nascimento Abreu
Sandra Carneiro
Sandro Márcio Drumond Alves Marengo
Silvana Silva de Farias Araújo
Valter de Carvalho Dias

I ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Variação - História - Mudança
01 de dezembro de 2011
Universidade do Estado da Bahia (Salvador)

 

II ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Estudos da Variação, da Mudança e da Sócio-História do Português Brasileiro; Sociofuncionalismo e Etnografia da Comunicação
28 e 29 de novembro de 2012
Universidade do Estado da Bahia (Salvador-BA)

 

III ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
A pesquisa em Salvador
03 e 04 de outubro de 2013
Universidade do Estado da Bahia (Salvador-BA)

 

IV ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Diferentes olhares sobre o português brasileiro
15 e 16 de setembro de 2014
Universidade do Estado da Bahia (Salvador-BA)

 

V ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Diálogos entre Brasil e África
09 e 10 de novembro de 2015
Universidade Estadual de Feira de Santana (Feira de Santana-BA)

 

VI ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
O português do Nordeste: (para além das) fronteiras linguísticas
29 e 30 de setembro de 2016
Universidade do Estado da Bahia (Salvador-BA)

 

VII ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Redes e contatos
28 a 30 de setembro de 2017
Universidade Federal de Sergipe (São Cristovão-SE)

 

VIII ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Variação e ensino: unidade e diversidade
20 e 21 de julho de 2018
Universidade do Estado da Bahia (Salvador-BA)

 

IX ENCONTRO DE SOCIOLINGUÍSTICA
Sociolinguística: quebrando tabus e inovando na escola
01 e 02 de agosto de 2019
Universidade Federal da Bahia (Salvador-BA)
Anais