Introdução: A pele, o maior órgão do corpo humano, desempenha diversas funções essenciais, ressaltando entre elas seu papel crucial na proteção contra a radiação ultravioleta (UV) e agressores externos, na regulação da temperatura do corpo e na percepção sensorial (Silva et al., 2024). O colágeno é uma estrutura proteica abundante na pele, constituindo a maior parte de sua estrutura, e sendo, portanto, essencial para preservar a estrutura da derme íntegra (Jafari et al., 2020). Com o processo de envelhecimento, a produção de colágeno é reduzida, resultando na diminuição da elasticidade e hidratação da pele, alterações relacionadas ao surgimento de rugas, sinais, flacidez e ressecamento da pele (Bolke et al., 2019). Assim, a suplementação de colágeno é explorada pela literatura como uma possível estratégia promissora eficaz para combater os sinais do envelhecimento da pele, promovendo a produção de colágeno interno e aprimorando a hidratação e elasticidade cutânea. Objetivos: Compreender os benefícios da suplementação oral de colágeno na saúde da pele. Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura do tipo integrativa, desenvolvida a partir da busca de estudos nas bases de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciência da Saúde (LILACS) e National library of medicine (PubMed). Em cada uma, foi realizado o cruzamento dos seguintes descritores (Descritores em Ciência da Saúde), com os operadores booleanos “AND” e “OR”: “Colágeno (Collagen) “, “Suplementos dietéticos (Dietary Supplements)”, “Estética (Esthetics)” e “Pele (Skin)”. Utilizou-se como critérios de inclusão os artigos publicados de 2020 a 2025, nos idiomas inglês, e português, do tipo ensaio clínico randomizado duplo cego. Como critério de exclusão, retirou-se os artigos do tipo revisão de literatura ou meta-análise. Resultados: Foram selecionados seis estudos, realizados com 456 indivíduos do sexo feminino, de 30 a 65 anos de idade, com suplementação de colágeno hidrolisado ou peptídeos de colágeno na posologia diária de 1,6 a 10 g durante 12 semanas em cinco estudos, e 90 dias em um. O envelhecimento da pele é caracterizado por alterações estruturais e morfológicas que afetam a saúde, a integridade e a funcionalidade da pele, resultando em sinais visíveis de envelhecimento (Vleminckx et al., 2024). Dessa forma, o colágeno hidrolisado, que contém peptídeos bioativos, é usado como um suplemento alimentar para a melhora da elasticidade, hidratação, descamação e enrugamento da pele humana envelhecida (Lee et al., 2023). Em um estudo realizado controlado por placebo com 85 mulheres asiáticas, que receberam aleatoriamente 5 gramas de placebo ou de peptídeos de colágeno durante 84 dias, foi observada uma melhora na elasticidade da pele, na ecogenicidade dérmica, visto que estudos anteriores demonstram que a pele mais jovem possui uma ecogenicidade dérmica maior que a pele envelhecida, além de melhora na sua firmeza (Vleminckx et al., 2024). Em outro ensaio clínico randomizado e controlado por placebo, ao ser administrado 1650mg de peptídeos de colágeno ou placebo durante 12 semanas, foi observada uma melhora na descamação, enrugamento, hidratação e elasticidade da pele quando comparados ao grupo placebo (Lee et al., 2023). Já em um estudo com mulheres japonesas, observou-se que a ingestão de 5g de peptídeos de colágeno, quando comparado com aquelas que utilizaram o placebo, ocasionou o aumento no conteúdo de água na epiderme, uma redução na perda transepidérmica de água. Entretanto, a elasticidade e a espessura da pele se mantiveram inalteradas (Miyanaga et al., 2021). A redução da elasticidade da pele também foi exposta na suplementação de 10 g de colágeno marinho hidrolisado por 12 semanas, além da redução nas rugas, da melhora na hidratação, na radiância e na firmeza da pele (Evans et al., 2021). Kim et al. (2022), ao estudar o uso da suplementação de peptídeos de colágeno em mulheres de 35 a 50 anos por 12 semanas, expôs a melhora na rugosidade, na perda de água transepidérmica, na elasticidade e na hidratação da pele quando comparados ao grupo placebo. Após a suplementação oral com cartilagem de peixe hidrolisado em 46 mulheres de 45 a 59 anos, observou-se a redução significativa das rugas e um aumento da ecogenicidade da derme, e, através da análise de imagem de microscopia confocal de reflectânia (RCM), a morfologia de colágeno melhorou e elastose reduziu (Campos et al., 2021). Os resultados obtidos indicaram uma melhoria significativa na manutenção e funcionalidade da pele em todos os estudos analisados, evidenciando os benefícios da suplementação de colágeno no retardamento de alterações cutâneas frequentemente associadas ao processo de envelhecimento. Todavia, algumas limitações devem ser consideradas, como o reduzido número de estudos, a heterogeneidade das populações avaliadas e a variação nas doses e tipos de colágeno utilizados. Além disso, o período de intervenção foi relativamente curto em grande parte dos estudos, o que sugere a necessidade de pesquisas de longa duração para avaliação dos efeitos em longo prazo. Assim, o incentivo a novas pesquisas, especialmente aquelas com amostras diversificadas e metodologias robustas, é essencial para fortalecer as evidências científicas sobre os benefícios dessa suplementação. Conclusão/Considerações finais: Com base na revisão da literatura realizada, verifica-se que a suplementação oral de colágeno hidrolisado apresenta efeitos positivos na saúde da pele, especialmente no que se refere à melhora da hidratação, elasticidade, firmeza e redução de rugas. Os estudos analisados demonstram que a suplementação regular de peptídeos de colágeno pode contribuir para atenuar os sinais do envelhecimento cutâneo, possivelmente devido à estimulação da síntese de colágeno endógeno e ao aumento da retenção de água na epiderme.
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