Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, além de padrões de comportamento repetitivos e restritos. O neurodesenvolvimento pode ser afetado por diversos fatores, como deficiência de folato, uso de medicamentos antiepilépticos e antidepressivos, e deficiência de vitamina D. Esta vitamina lipossolúvel é essencial para o desenvolvimento humano, apresentando função endócrina e atuação como neuroesteroide em regiões cerebrais em desenvolvimento e também em áreas relacionadas à aprendizagem e memória na fase adulta, sendo crucial para a manutenção de níveis séricos adequados de 25(OH)D. Em crianças com TEA, a deficiência de vitamina D pode estar associada à baixa exposição solar e à seletividade alimentar, fatores que dificultam a obtenção adequada da vitamina por meio da dieta. Dessa forma, a suplementação torna-se necessária. As doses de manutenção recomendadas são de 400 a 1.000 UI/dia para crianças menores de 1 ano, e de 600 a 1.000 UI/dia para aquelas entre 1 e 18 anos. Essa suplementação pode ser administrada por meio de cápsulas, comprimidos ou soluções líquidas. Objetivo: Revisar os efeitos da suplementação de vitamina D na qualidade de vida de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura baseada na pergunta norteadora: “Qual o efeito da suplementação de vitamina D em crianças com Transtorno do Espectro Autista?”. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed e Scientific Electronic Library Online (SciELO), em abril de 2025. Os critérios de inclusão foram: estudos sobre suplementação de vitamina D, amostras compostas por crianças com TEA, e discussão de fatores de risco associados à hipovitaminose D, publicados entre 2019 e 2024. Foram excluídos trabalhos de conclusão de curso, revisões de literatura que relacionassem outras doenças, vitaminas ou minerais. Os descritores utilizados (DeCS/MeSH) foram: “deficiência de vitamina D”, “autismo infantil” e “transtornos do neurodesenvolvimento”, combinados com o operador booleano AND. A busca inicial resultou em 81 artigos, dos quais, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, 33 foram selecionados, sendo utilizados 4 na presente revisão. Resultados: Em um estudo realizado em 2020, 52 crianças com idade entre 3 e 13 anos e diagnóstico de TEA foram divididas aleatoriamente em dois grupos: um recebeu vitamina D (n=26) e o outro, placebo (n=26), durante 15 semanas. O grupo experimental recebeu 300 UI/kg de vitamina D ao dia, até o máximo de 6.000 UI/dia em forma de xarope. Dos participantes, 43 completaram o estudo. Observou-se aumento significativo nos níveis séricos de 25(OH)D no grupo suplementado, com melhora na qualidade de vida. Outro estudo com 1.529 crianças e adolescentes com TEA, com idades entre 3 e 18 anos, identificou 100 participantes elegíveis após aplicação de critérios de exclusão. Constatou-se que 57,7% apresentavam deficiência ou insuficiência de vitamina D, sendo os níveis mais baixos observados no segundo grupo comparativo. Um estudo que avaliou os níveis séricos de vitamina D de 189 crianças do sexo masculino com idade média de 5 anos, sendo 83 com TEA e 108 controles saudáveis, mostrou que as crianças com TEA apresentaram níveis significativamente mais baixos de vitamina D em comparação aos controles. Embora tenha sido observada uma associação significativa entre TEA e a deficiência de vitamina D, não foi identificada correlação direta entre esses níveis e alterações na atividade cerebral. Conclusão/Considerações finais: Esta revisão da literatura indica que a deficiência de vitamina D é comum em crianças com TEA, sendo influenciada por fatores como baixa exposição solar e seletividade alimentar A suplementação de vitamina D demonstrou efeitos positivos na qualidade de vida, bem-estar físico e mental dessas crianças, reforçando sua importância como estratégia complementar de cuidado. A suplementação monstra ser positiva, mas são necessários mais estudos rigorosos para confirmar seus efeitos e orientar tratamentos mais eficazes.
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