Introdução: A asma é uma inflamação que afeta as vias aéreas, causando no corpo um excesso
de respostas, dentre elas, a obstrução das vias aéreas, recrutamento de células inflamatórias e
produção excessiva de muco. Estima-se que mais de 262 milhões de pessoas sofram com asma
no mundo. É uma doença crônica não transmissível de sintomas recorrentes, que afeta
principalmente a vida de crianças na fase escolar e tem sido uma causa comum de hospitalização
em crianças menores que 5 anos. Na literatura, observa-se que as dietas são capazes de modificar
os eventos da doença asmática, e que algumas estratégias, como aumento de consumo de frutas e
vegetais, podem melhorar de forma positiva o perfil de sintomas da doença. Objetivo: Realizar
uma revisão de literatura sobre os efeitos da alimentação em crianças e adolescentes
diagnosticados com asma. Métodos: A pesquisa constitui uma revisão de literatura realizada em
março de 2025, que teve como pergunta norteadora: “Qual a influência da alimentação nos
sintomas da asma em crianças e adolescentes?”. Para consulta dos artigos científicos, foram
realizadas buscas avançadas no PUBMED utilizando os descritores em ciências da saúde
(DeCS): "asthma", “diet”, "child" e “adolescent” combinados com operador booleano “AND” eX JORNADA DE NUTRIÇÃO
CURSO DE NUTRIÇÃO UNIFAMETRO
“OR”. Como critério de inclusão, foram considerados estudos publicados nos últimos 5 anos
(2020-2025), todos com texto na íntegra escritos em inglês e ensaios clínicos que traziam os
efeitos da alimentação em crianças e adolescentes com asma. Como critério de exclusão, foram
excluídos trabalhos de conclusão de curso (TCC), revisões de literatura e trabalhos que
associavam a outras patologias. De início, foram encontrados 1.651 artigos. Após aplicação de
filtros, foram encontrados 18 artigos e pela aplicação de leitura, foram selecionados 3artigos para
análise e base de discussão. Resultados: O primeiro estudo teve como foco avaliar os impactos
da ingestão de histamina alimentar na atividade da asma em 21 crianças, nas quais 12 eram
meninos, com asma intermitente leve diagnosticadas e acompanhadas em um hospital pediátrico
em Atenas. Foram aplicados, de forma aleatória, dois padrões de dieta, uma baixa em histamina
(LH) e outra alta em histamina (HH), por oito semanas em cada, e duas semanas de washout,
intervalo de tempo entre tratamentos, entre eles. Como resultado, observou-se que durante o
período de LH, as crianças apresentaram menos sintomas em um intervalo de tempo maior do
que no ciclo de HH. Em outro estudo, com crianças e adolescentes asmáticas e não asmáticas
entre 6 a 18 anos, foram analisados os efeitos respiratórios no consumo agudo de leite, no qual
foi visto que essa exposição não afetou os sintomas em nenhum dos dois grupos. De modo
semelhante, outro estudo avaliou os efeitos do aumento da ingestão de frutas e vegetais na
modulação das respostas imunes inatas em crianças durante um período de 6 meses, as quais
foram divididas em grupo controle (n= 25) e dieta rica em frutas e vegetais (n=22). Nessa
pesquisa notou-se que as crianças que foram submetidas a uma alimentação rica em frutas e
vegetais apresentaram eventos respiratórios exacerbados da asma menores que no grupo
controle, no entanto, não atingiu uma relevância estatística. Conclusão/Considerações finais:
Diante disso, pode-se afirmar que a alimentação tem um papel primordial no tratamento e
prevenção de doenças. Contudo, há poucos estudos que avaliam o impacto da alimentação em
crianças e adolescentes diagnosticados com asma. Logo, futuros estudos com um maior público,
em maior duração e em diferentes populações faz-se necessários para que haja um
aprofundamento e compreensão sobre os efeitos e respostas da alimentação que ligam essa
condição a esse público, tendo em vista que é uma patologia que atinge milhares de pessoas a
nível mundial.
Comissão Organizadora
Unifametro
Camila Pinheiro Pereira
Isadora Nogueira Vasconcelos
Roberta Freitas Celedonio
Natalia Cavalcante Carvalho Campos
Camila Pinheiro Pereira
Alane Nogueira Bezerra
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