Introdução: A vitamina D é um hormônio essencial que atua na regulação do metabolismo ósseo, na função muscular e na resposta imunológica. Nos últimos anos, a deficiência de vitamina D tem sido associada a diversas condições crônicas, entre elas as doenças cardiovasculares (DCV), que acometem o coração e os vasos sanguíneos e figuram como uma das principais causas de morte entre idosos no Brasil. Estima-se que cerca de 68,9% da população idosa brasileira apresenta hipovitaminose D, chegando a 79,6% na região Sul, enquanto as DCV representam aproximadamente 27,7% dos óbitos no país. Com o envelhecimento, há um declínio progressivo das funções fisiológicas que pode ser identificado por meio de índices de fragilidade clínica. Essa fragilidade está relacionada ao aumento do risco de eventos adversos à saúde, incluindo quedas hospitalizações e mortalidade por causas cardiovasculares (Saraiva et al., 2007). Nesse contexto, a suplementação de vitamina D tem sido proposta como estratégia preventiva, dada a sua possível atuação em processos inflamatórios, função endotelial e no sistema renina-angiotensina, mecanismos envolvidos na fisiopatologia das DCV (Thompson et al.,2024). Objetivos: Revisar na literatura os possíveis impactos da suplementação de vitamina D nas doenças cardiovasculares dentre a população idosa. Métodos: Trata-se de uma Revisão de literatura realizada em abril de 2025, a partir da seguinte pergunta norteadora: "Qual a repercussão da suplementação de vitamina D na saúde cardiovascular de idosos”. Foram incluídos estudos nas línguas portuguesa e inglesa publicados entre os anos de 2020 até 2025, providos pela base de dados PubMed. Utilizaram-se cruzamentos dos descritores da Saúde (DECs): "Vitamin D", "Heart Disease" e “Aged”, junto com o operador booleano “AND” e filtragem para texto gratuito e faixa etária de 65 anos ou mais, foram excluídas outras revisões de literatura. Resultados: A análise dos estudos selecionados, evidenciou-se que a suplementação de vitamina D nos idosos apresenta repercussões limitadas sobre a saúde cardiovascular. Em Thompson et al. (2023), a administração mensal de 60.000 UI de vitamina D3 mostrou uma leve redução na incidência de eventos cardiovasculares maiores, no entanto a diferença absoluta foi pequena e estatisticamente não significativa. Virtanen et al. (2022) e Limonte et al. (2022), por sua vez, também não observaram redução na incidência de doenças cardiovasculares com diferentes doses diárias de vitamina D3, ainda que as suplementações tenham sido bem toleradas e seguras na amostra. No estudo de Diederichsen et al. (2022), a suplementação combinada de vitamina D com vitamina K2 não foi eficaz para retardar a progressão de calcificação da válvula aórtica, reforçando a complexidade dos mecanismos envolvidos nas doenças cardiovasculares. Já Albert et al. (2021) investigaram o impacto da vitamina D na prevenção de fibrilação atrial e também não encontraram efeito significativo. Conclusão/Considerações finais: Dessa forma, os achados sugerem que, embora a suplementação de vitamina D seja segura em idosos, sua repercussão direta na prevenção ou melhora de desfechos cardiovasculares ainda é limitada e de baixa significância. São necessários mais estudos com delineamentos robustos e populações específicas para compreender o real papel desta vitamina na saúde cardiovascular do idoso.
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