UM ESTUDO SOCIOLINGUÍSTICO DA EXPRESSÃO DO FUTURO DO PRETÉRITO NA FALA BAIANA

• Autor
• Mônica Neves da Silva Lopes
• Co-autores
• Norma da Silva Lopes
• Resumo

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  Observa-se no português atual que os contextos em que a tradição gramatical prevê a realização de formas verbais de futuro do pretérito do indicativo são preenchidos por vezes pela forma de pretérito imperfeito do indicativo, além de formas perifrásticas com o verbo IR auxiliar no futuro do pretérito ou no pretérito imperfeito do indicativo. A comunicação aqui proposta objetiva apresentar um estudo em andamento sobre a variação na realização do futuro do pretérito no português brasileiro. A pesquisa toma a Sociolinguística Variacionista como base teórico-metodológica (LABOV, 2008[1972]. Segundo essa vertente da Linguística, a variação linguística não ocorre por acaso, e o sociolinguista tem como objetivo apontar os condicionamentos que levam o falante a escolher uma variante em detrimento de outra. Para isso, são analisados dados levantados de dezesseis entrevistas do acervo Programa de Estudos do Português Popular Falado de Salvador (PEPP) (LOPES, SOUZA; SOUZA, 2009), o que se constitui 1/3 da amostra, que é estratificada em sexo, faixa etária e escolaridade. Nesta comunicação, serão apresentados resultados iniciais em que foram controladas somente as realizações do futuro do pretérito e pretérito imperfeito do indicativo, nessa fase não se incluem as formas perifrásticas. Quanto as variáveis independentes, só as variáveis sociais sexo (homem e mulher), idade (quatro faixas etárias: 15 a 24 anos; 25 a 35 anos; 45 a 55 anos; e acima de 65 anos) e escolaridade (fundamental e média). Os primeiros resultados indicaram que a variante mais utilizada é a forma de Pretérito Imperfeito com valor de Futuro do Pretérito do indicativo e as variáveis independentes selecionadas foram sexo e escolaridade. A análise até então realizada indicou que as mulheres e os falantes com mais escolaridade são os que utilizam a variante do Pretérito Imperfeito. Esses resultados parecem indicar que essa variante não é alvo de combate da atividade escolar, pois os mais escolarizados a utilizam mais que os menos escolarizados; e o fato de as mulheres favorecerem a utilização dessa forma é mais um indício de que a forma não é estigmatizada.

   

• Palavras-chave
• Sociolinguística, Expressão do futuro do pretérito do indicativo, PEPP, Fala baiana
• Área Temática
• Sociolinguística Variacionista

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