SOCIOLINGUÍSTICA EDUCACIONAL NO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: PARA ENSINAR “ENGLISHES”

• Autor
• Fabricio da Silva Amorim
• Resumo

• O estatuto global da língua inglesa tem pautado diversas discussões no âmbito do seu ensino como língua estrangeira (SIQUEIRA, 2020; DUBOC; SIQUEIRA, 2020; ANJOS, 2019; 2017). Com efeito, muitas pesquisas da área, sobretudo as que a descrevem como uma língua franca (SCHMITZ, 2012; JENKINS, 2009), corroboram a necessidade de novos direcionamentos para o seu ensino: sendo utilizada globalmente por nativos e não nativos, a língua inglesa incorre em um processo de descentralização geográfica e cultural (ANJOS, 2019), demandando uma abordagem de ensino que não se espelhe apenas em padrões linguísticos do “falante nativo”, prototipicamente concebido, por razões coloniais, como o falante branco norte-americano ou britânico. O principal objetivo deste trabalho é mostrar como a adoção da Sociolinguística Educacional se revela como uma vantajosa alternativa pedagógica para acolher o espectro de variação exibido pelos usos globais da língua inglesa, considerando a sua função como língua franca e os efeitos (sócio)linguísticos atinentes a essa função. Desse modo, a Sociolinguística Educacional, na medida em que estabelece um modelo pedagógico para o ensino de línguas, em perspectiva variacionista (CREESE, 2010; COAN; FREITAG, 2010; VERHOEVEN, 1997), subsidia a abordagem da diversidade linguística na aula de inglês, contribuindo para combater o preconceito linguístico em relação a variedades não padrão, como, por exemplo, as que têm sido reunidas sob o rótulo de inglês como língua franca. Assim, a partir de uma discussão teórico-pedagógica, este trabalho incita professoras e professores de língua inglesa a ensinarem “Englishes” – e não apenas a variedade padrão do inglês norte-americano ou britânico –, assinalando que i) a variação linguística, como fenômeno natural e inerente a todas as línguas, mostra-se patente no universo intercultural em que a língua inglesa é utilizada; ii) descrições linguísticas variacionistas devem ser incorporadas ao ensino de inglês e iii) ao explicitar as motivações sociolinguísticas que subjazem à supervalorização de variedades padrão do inglês, a Sociolinguística Educacional contribui, ainda, para uma prática de ensino de língua estrangeira sob viés decolonial.

   

• Palavras-chave
• Sociolinguística Educacional; ensino de inglês; inglês como língua franca.
• Área Temática
• Sociolinguística Educacional

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