Nesta comunicação apresento apontamentos a partir da análise e compreensão da leitura do livro A Queda do Céu: palavras de um Xamã Yanomami, publicado originalmente em 2010, em francês, por Davi Kopenawa e Bruce Albert. Após a leitura e exame dessa obra, que traz as meditações do xamã yanomami Davi Kopenawa, faladas ao etnólogo, interlocutor e amigo francês Bruce Albert, observo que o xamã yanomami Davi Kopenawa pondera sobre as destruições do "homem branco" - incluindo as impressões de Kopenawa sobre o primeiro contato e denúncias, realizadas pelo xamã, de destruição, sobre o saber cosmológico, a relação desde a infância do xamã com esse saber, com os espíritos da floresta, e as visões xamânicas. Considero que o livro além de apontar os conflitos do contato dos Yanomami com os não indígenas, bem como as meditações de Kopenawa sobre estes, é uma narrativa forte e imprescindível, que nos ensina muito a respeito da potência dos povos indígenas, sobre a organização, cosmologia, cultura, História e organização dos Yanomami. Ler A Queda Do Céu é conhecer todo um universo que a nossa literatura e história ocidental canônica não disponibiliza e frequentemente apaga. É ver os efeitos cruéis e horríveis que a interferência na floresta causa, além de acompanhar episódios de injustiça que são desalentadores. O livro nos permite ver aquilo que não queremos ver quando vivemos no dia a dia, abre nossos olhos para toda uma outra Cultura existente dentro do nosso país que não conhecíamos ou não queríamos nos esforçar a conhecer. É uma lição acompanhar a jornada de Kopenawa e a leitura de A Queda do Céu é uma indicação que todas as pessoas deveriam se abrir para experimentar algum dia.