RESUMO: Verifica-se que a educação assume papel preponderante na vida dos sujeitos, contudo, na sociedade capitalista a educação é mercantilizada, possuindo um caráter excludente, manifestando-se como uma das múltiplas expressões da questão social. Com base nesse entendimento, o presente trabalho objetiva promover uma reflexão crítica acerca da relação intrínseca entre a educação e a questão social a partir da realidade brasileira. Como metodologia tem-se o desenvolvimento de estudos bibliográficos. As análises empreendidas fazem parte das reflexões parciais do Trabalho de Conclusão de Curso: Educação Pública e Acesso ao Ensino Superior: análises sobre as trajetórias e a permanência universitária de estudantes de Serviço Social que saíram do interior na Unimontes. Percebe-se que no Brasil há uma disparidade nos campos da igualdade e da efetivação das políticas públicas educacionais em relação aos direitos garantidos pela lei, pois, a democratização do acesso à educação pública de qualidade, ainda é uma realidade distante no sistema de ensino público brasileiro. Destacamos que a discussão em torno da temática em questão, enquanto política social dentro do atual contexto de capitalismo hipertardio, são ditadas pelos moldes neoliberais, ao invés de ser concebido como instrumento promotor de mudanças, a educação assumiu formas e conteúdos diversos, os quais, passaram a atender às necessidades de valorização do capital. Ao mesmo tempo em que o ensino vive um momento de universalização, concomitantemente, torna-se um modelo excludente. Concebemos a educação como um direito que viabiliza desenvolvimento integral do indivíduo, nesse sentido, é dever do Estado, assegurar uma educação de qualidade, com intervenções propositivas, e ações efetivas que possibilitem o acesso e permanência dos/as estudantes a partir do que foi preconizado na Constituição Cidadã de 1988. Evidencia-se a importância de lutar contra a ideologia neoliberal que interfere e em certa medida define os rumos da educação no país. À vista disso, compreendemos que não se trata apenas de atender aos interesses do mercado, mas sim de transformar a educação numa ferramenta que proporcione a plena expansão dos indivíduos. Conclui-se, que essa discussão é extremamente necessária, pois possibilita uma análise crítica acerca da trajetória e formação acadêmica, bem como a compreensão do rebatimento dessas questões nas várias dimensões da vida desses/as estudantes. Considerando o dinamismo da realidade, verifica-se que as análises também podem provocar outras reflexões, inclusive, sobre as formas de enfrentamento direcionadas pelo Estado para superação dessas fragilidades.