Ao voltarmos nosso olhar para a cidade de Montes Claros, importante pólo econômico e social do Norte de Minas Gerais, vislumbramos a Universidade Estadual de Montes Claros. Esta instituição que servirá como observatório investigativo deste trabalho, por ser fora dos grandes centros e por poder trazer marcas específicas do sertão mineiro, local ainda carente de estudos (comparando com as grandes capitais) e cheio de histórias e possibilidades. Logo, esta pesquisa tem como objetivo primário compreender como a Instituição de Ensino Superior (IES), no norte de Minas Gerais, pode ser um local para resistência anticapitalista ao fomentar espaços para mulheres. Teremos como principais categorias de análise o sistema sexo/gênero (IZQUIERDO, 1990; SOUZA, 2015), o trabalho e a ordem social capitalista (MARX, 2017; FRASER; JAEGGI, 2020; NETTO; BRAZ, 2006), sendo analisados através do materialismo histórico dialético e a literatura que o abarca. Dentro dessa ótica, este trabalho terá como metodologia a observação, a entrevista, o questionário, grupos focais e a pesquisa bibliográfica, evidenciando o instrumento necessário para amplificar as relações dentro da IES investigada (GIL, 2008). Nossas investigadas serão mulheres de diferentes setores da universidade, tendo o propósito de relacionar classe, raça, sexo/gênero na pesquisa. Assim, esperamos contribuir com o propósito de fazer uma leitura do cenário (ainda não muito explorado) que pode trazer novas possibilidades de resistência e um novo olhar para as demandas capitalistas. Assim, contribuindo com o entendimento de como as IES podem vir a auxiliar na efetiva independência do Brasil, através de conscientização de seu papel político e social.