O FEMINISMO NA ESCOLA E O TEATRO DAS OPRIMIDAS
Palavras-chave: Feminismo. Escola. Teatro das Oprimidas.
O feminismo é para todo mundo, é o que anuncia bell hooks[1], ativista negra, professora e escritora feminista, que compreende que o feminismo é um movimento que luta pela igualdade e se esforça para por fim à discriminação de gênero, sexismo, dominação e opressão sexista (HOOKS, 2020) e que “todos os pensamentos e todas as ações sexistas são problemas, independentemente de quem os perpetua ser mulher, homem, criança ou adulto” (2020, p.17). Assim como a autora, pondero que o feminismo deve ser conhecido e discutido não só pelas mulheres, mas também por homens e crianças e, por isso, considero que um diálogo sistematizado sobre o(s) feminismo(s) na escola cooperaria para a disseminação de práticas feministas desde a infância, contribuindo para a redução do sexismo e de diversos modos de violências de gênero que dele se originam. Deste modo, pretendo apresentar uma possibilidade, no âmbito da escola, de um debate sobre o(s) feminismo(s), seus objetivos, suas implicações e possibilidades, por considerar que essa(s) teoria(s) é/são potencialmente um caminho para a redução de opressões sexistas, desigualdades e violências, e proponho a inclusão do assunto por meio do ensino do teatro na escola através de uma articulação com o Teatro do Oprimido e, sobretudo com a experiência teatral feminista dele derivada, que é o Teatro das Oprimidas. Serão analisadas obras de teóricas do feminismo e sobre o feminismo na escola, bem como o método do Teatro do Oprimido e do Teatro das Oprimidas, pois conforme Bárbara Santos “se o Teatro do Oprimido representou uma revolução na forma de conceber e implementar o fazer teatral, o Teatro das Oprimidas constitui a revolução dentro da revolução. Uma metodologia que surgiu de dentro de outra metodologia para aprofundá-la, ampliá-la e também para questioná-la”(2019, p. 57). A justificativa da realização desta pesquisa assenta-se, portanto, na perene importância do debate, estudo e disseminação do feminismo, e considero que a escola pode ser um espaço onde tais reflexões não só possam mas, sobretudo, devam ser realizadas.
Referências
BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018. Disponível em http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1987.
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2017.
HOOKS, Bell. O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras. Rio de Janeiro: Rosa dos tempos, 2020.
SANTOS, Bárbara dos. Teatro das Oprimidas: estéticas feministas para poéticas políticas. Rio de Janeiro: Editora Casa Philos, 2019.
[1] Pseudônimo grafado em minúsculas