Esta pesquisa analisa a organização didático-pedagógica da prática docente, no Curso de Pedagogia, na Universidade Estadual de Montes Claros, Unimontes, nos anos 2020 e 2021, período atípico em função da pandemia do COVID-19. Esse vírus apareceu, pela primeira vez, em 2019, na China, e teve seu primeiro caso, no Brasil, em São Paulo, em fevereiro de 2020. Em pouco tempo, os casos foram aumentando, contaminando milhares de pessoas e causando muitas mortes. Nesse contexto, decretou-se o isolamento social e muitos foram os desafios, inclusive para a educação escolarizada que precisou adotar o Ensino Remoto Emergencial (ERE). O ERE “[...] foi supostamente descoberto como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de uma educação complexa. O ensino tradicional ainda era muito praticado nas escolas e também nas metodologias utilizadas pelos docentes em geral” (CUNHA et al, 2021, p. 31). Com o isolamento, o novo normal exigiu que professores reinventassem suas formas de ensinar, numa associação real e urgente da educação com as tecnologias digitais. A Unimontes, por meio da Portaria nº049, de 06/04/2020 (UNIMONTES, 2020), adotou o tratamento excepcional para todos os cursos presenciais, via ERE. A partir daí, as aulas remotas foram fazendo-se presentes na vida dos seus professores e acadêmicos e as tecnologias, muitas vezes esquecidas ou secundarizadas, foram tornando-se aliadas do trabalho docente. Qual a organização didático-pedagógica que esses professores criaram para o cumprimento das suas atividades, nesse período? Desenvolvem-se estudos teóricos e de campo, por meio de questionários aplicados aos professores do curso, em exercício durante os anos de 2020 e 2021. De significância científica, social e acadêmica, este trabalho dialoga com o GT Saberes e Práticas Docentes, por ter o trabalho do professor como foco.